Impactos do Resultado das Eleições Americanas: O Que Esperar com a Possível Vitória de Trump – Money Times
2024-11-05
Autor: João
A corrida presidencial nos Estados Unidos entre Donald Trump e Kamala Harris está se intensificando e promete ter grandes repercussões nos mercados emergentes, incluindo o Brasil. Milton Maluhy, CEO do Itaú (ITUB4), destacou em uma recente teleconferência com jornalistas que o cenário permanece extremamente incerto, com as pesquisas apontando um acirrado empate entre os candidatos.
Conforme os dados do The New York Times, Harris lidera ligeiramente com 49% das intenções de voto, enquanto Trump segue de perto com 48%. Já a pesquisa da NBC News indica um empate, com ambos os candidatos alcançando 49%. A preocupação se intensifica, pois o eleitorado ainda apresenta uma margem de 2% de indecisos.
Maluhy alerta que a vitória de Trump, caso ocorra, poderia trazer propostas mais protecionistas, uma situação que pode impactar fortemente o real, resultando em uma desvalorização da moeda brasileira e pressionando a inflação. "Um dólar mais forte significa moedas mais desvalorizadas em relação ao dólar, o que intensificará a inflação e influenciará o ciclo de juros, especialmente sobre as classes menos privilegiadas", afirmou ele.
Ainda que o clima esteja distendido, Maluhy garantiu que o Itaú está preparado para se adaptar a quaisquer cenários. O banco anunciou um lucro de R$ 10,7 bilhões no terceiro trimestre de 2024, representando um crescimento de 18% em comparação ao mesmo período do ano anterior, um resultado superior às expectativas dos analistas do setor.
Com uma abordagem dinâmica e atenta, "nossas estratégias são constantemente atualizadas, levando em conta variáveis como oferta, demanda, cenário de juros, inflação e taxa de desemprego”, acrescentou Maluhy.
A percepção de que o real será uma das moedas mais impactadas por políticas de Trump é compartilhada por outras instituições financeiras. Um relatório recente do JP Morgan indicou que uma possível vitória republicana implicaria riscos significativos para as moedas latino-americanas. A previsão é que a moeda mexicana seja a mais afetada devido às suas notórias relações comerciais com os Estados Unidos, mas Brasil, Chile e Peru também podem sentir as repercussões diretas das políticas mais agressivas de Trump, especialmente em áreas como comércio e imigração.
Com as eleições se aproximando, investidores e analistas estão em estado de alerta, prontos para ajustar suas estratégias à medida que novos dados surgem. As implicações sobre a economia brasileira prometem ser profundas e complexas. O que os próximos dias reservam para o Brasil e para os mercados emergentes? Fiquem ligados!