Tecnologia

IMPACTO CHOCANTE! IPOs de Tecnologia na América Latina só em 2027, afirma Passoni

2025-01-20

Autor: Mariana

De acordo com Passoni, especialista no mercado financeiro, os IPOs de tecnologia na América Latina não devem ocorrer antes de 2027. O foco inicial será nas empresas americanas, com investidores atentos aos resultados dessas empresas ao longo de seis meses antes de considerarem a abertura de capital de empresas emergentes, como as brasileiras. O mercado de ações dos EUA teve um desempenho robusto nos anos de 2023 e 2024, com avaliações que se mostram justas—nem excessivamente caras, nem baratas. No entanto, a atenção dos investidores se concentra em um pequeno grupo de grandes empresas de tecnologia, conhecidas como 'Magnificent Seven', que apresentaram um crescimento impressionante de 90% nos lucros líquidos desde 2021, resultando em valorizações de ações elevadas. Em contrapartida, outras empresas enfrentam um crescimento de apenas 5%, o que reflete uma disparidade crescente no mercado.

Com a liquidez do mercado subindo para níveis de aproximadamente US$ 50 milhões por dia, as empresas que buscam um IPO precisam ter um patrimônio líquido considerável—cerca de US$ 5 bilhões. Assim, para garantir uma abertura de capital atrativa, o IPO deveria girar em torno de US$ 10 a US$ 15 bilhões, permitindo que as ações se tornem mais líquidas no longo prazo. O exemplo de sucesso de Nubank evidencia essa estratégia.

No entanto, o cenário macroeconômico ainda apresenta desafios. As empresas da América Latina, muitas vezes, não têm o mercado necessário para atingir receitas de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão, o que ressalta a necessidade de fusões e aquisições no setor para aumentar a escala. Passoni acredita que a atração de investidores dependerá da capacidade das empresas de demonstrar sustentabilidade e crescimento robusto.

Falando sobre o Brasil, ele mencionou que 2026 será um ano desafiador devido a tarifas comerciais impostas pelos EUA, enquanto o país se prepara para eleições importantes. As empresas locais tendem a esperar maior clareza sobre as políticas econômicas futuras antes de decidirem por uma abertura de capital. Otimista em relação ao Brasil, Passoni destaca que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um dilema: ou continua a desafiar o mercado sem implementar ajustes fiscais, possivelmente levando à crise, ou adota medidas que estabilizem a economia, preparando o terreno para um cenário econômico mais saudável no futuro.

No contexto de alta inflação, os investidores estão se voltando para opções mais seguras, como as NTN-B, o que resulta em altos custos de capital para empresas que desejam realizar IPOs. O medo de diluição e a escassez de recursos têm sido uma barreira para o crescimento das empresas brasileiras, refletindo em taxas de juros elevadas que impactam diretamente seus investimentos.

Entretanto, o cenário já apresenta sinais de mudança com o crescimento dos fundos de mercado secundário, que têm aumentado seu volume e influência. No setor de venture capital, houve um influxo de investimentos, especialmente em fintechs, com tendências promissoras como o 'vertical lending', onde empresas fazem empréstimos direcionados a nichos específicos—um bom exemplo é a brasileira Principia, que oferece crédito a universidades privadas, otimizando a avaliação de crédito.

Outro ponto destacável é a tokenização de ativos baseada em blockchain, onde o Brasil se posiciona como líder global nessa adoção. Com as expectativas do mercado, o Brasil pode se tornar a primeira economia do G10 a implementar essa tecnologia em larga escala, explorando suas capacidades como um verdadeiro laboratório de inovação tecnológica.

Assim, enquanto o horizonte pode parecer nebuloso para IPOs nos próximos anos, o potencial de crescimento em setores como fintech e tecnologia de blockchain pode desenhar um futuro promissor para o ecossistema de startups na América Latina.