Ibovespa termina em queda, enquanto bancos, Petrobras e Vale enfrentam dificuldades; frigoríficos se destacam
2024-10-29
Autor: Ana
Em mais um dia marcado por baixo volume de negociações, o Ibovespa registrou uma queda de 0,37%, fechando aos 130.729,93 pontos, o que representa uma perda de 482,65 pontos. Esse foi o pior dia de volume de negócios desde 19 de junho, sendo que o dia anterior já havia sido o mais fraco em quatro meses. Segundo Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, a bolsa brasileira enfrenta desinteresse por parte dos investidores americanos, especialmente em um momento em que a atenção se volta para resultados financeiros das grandes tecnologias nos EUA e dados significativos sobre inflação e emprego.
Lá em Wall Street, os índices mostraram um otimismo moderado geralmente impulsionado pelo setor de tecnologia, com o Nasdaq atingindo um novo recorde. Os investidores aguardam ansiosos pelos resultados financeiros da Alphabet, Microsoft, Meta, Apple e Amazon ao longo da semana. No entanto, o Dow Jones fechou em baixa acompanhando uma redução nos Treasuries.
Os dados mais recentes do mercado de trabalho nos EUA trouxeram preocupações adicionais: as vagas em aberto caíram para o nível mais baixo em mais de três anos e meio, sinalizando uma possível desaceleração no consumo e na demanda. Essa situação pode justificar a manutenção da política de cortes de juros pelo Fed, buscando estimular a economia. O dólar segue sua trajetória de alta, now valorizando em 0,92%, a R$ 5,76. Os juros futuros também mostraram elevações por toda a curva.
Bancos, Petrobras e Vale em queda
No Brasil, o dia foi agitado até o final da tarde, quando o Ibovespa acabou se estabelecendo em território negativo. O setor bancário foi o principal responsável pela queda, com o Banco do Brasil (BBAS3) recuando 0,57%, o Bradesco (BBDC4) caindo 1,45% e o Itaú Unibanco (ITUB4) perdendo 1,06%. O Santander (SANB11) se destacou negativamente, com uma perda de 5,13% após a divulgação de seus resultados trimestrais.
A Petrobras (PETR4) apresentou uma leve queda de 0,22% após divulgar dados de produção que levaram os analistas a revisarem suas projeções para a empresa. Os últimos comunicados da CEO indicam expectativas de crescimento da produção em 2025. A Vale (VALE3) também encerrou o dia em baixa de 0,35%, influenciada pela queda do minério de ferro nos mercados chineses.
Além disso, a Azul (AZUL4), que havia mostrado desempenho positivo, viu suas ações caírem 4,58% após devolver parte dos ganhos.
Frigoríficos em alta
Por outro lado, os frigoríficos mostraram resiliência, com a Minerva (BEEF3) subindo 3,02%, a JBS (JBSS3) avançando 0,91% e a Marfrig (MRFG3) com aumento de 2,98%. Somente a BRF (BRFS3) encerrou o dia em baixa de 0,16%.
Com as eleições passando, os investidores voltam sua atenção para os movimentos no Congresso Nacional, onde se espera avanços na regulamentação da reforma tributária. Para amanhã, a expectativa é pela divulgação de dados preliminares do PIB dos EUA no terceiro trimestre de 2024 e da inflação ao produtor no Brasil, acentuando a incerteza e a vigilância do mercado. Isso mostra que, mesmo em dias de baixa, há sempre uma luz no fim do túnel para setores que se mantêm robustos.