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Ibovespa fecha em queda e investidores ficam alertas; economia brasileira mostra sinais de recuperação

2024-09-27

Autor: Ana

A semana termina em um cenário misto na Bolsa brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia com uma queda de 0,21%, fechando a 132.730,36 pontos. Apesar dessa perda de 279,42 pontos no final da sessão, o índice ainda acumula uma alta semanal de 1,27%, indicando um desempenho positivo no decorrer dos últimos dias, principalmente quando comparado com semanas anteriores.

O dólar comercial também terminou a jornada com uma leve baixa de 0,12%, custando R$ 5,43. Essa foi a segunda queda consecutiva da moeda, refletindo um certo alívio no mercado cambial. Caio Megale, economista-chefe da XP, destacou que a dinâmica do câmbio será crucial para a determinação futura da Selic, a taxa básica de juros do país.

Ontem, dados importantes como o Índice de Preços de Consumo (PCE), utilizado pelo Federal Reserve para a política monetária americana, não animaram os investidores. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, acredita que esses números não mudarão significativamente os planos do FOMC para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário.

No Brasil, o mercado de trabalho trouxe boas notícias. A taxa de desemprego caiu para 6,6% no trimestre de junho a agosto de 2024, o menor nível desde dezembro de 2014. O Brasil também abriu 232.513 novas vagas de trabalho em agosto, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O presidente Lula celebrou os dados em suas redes sociais, afirmando que "não é sorte, mas trabalho" que traz resultados.

Entretanto, o aumento da dívida pública é uma preocupação crescente no mercado. O governo está utilizando mais recursos fora do teto de despesas, o que levanta alertas entre os investidores, especialmente em uma época em que as taxas de juros continuam a subir. Além disso, a desaceleração da economia chinesa pode impactar os preços das commodities, vital para o Brasil.

No setor de mineradoras, Vale (VALE3) teve uma leve queda de 0,45% após quatro dias consecutivos de alta, mesmo assim, acumulando um ganho impressionante de mais de 11% na semana. Petrobras (PETR4) também enfrentou uma baixa de 0,39%, descolando-se das oscilações dos preços do petróleo internacional.

Os bancos se destacaram com um comportamento misto: BB (BBAS3) e Santander (SANB11) perderam 0,84% e 0,80%, enquanto Bradesco (BBDC4) se destacou, com um ganho de 0,88%, ajudando a segurar o Ibovespa de cair mais.

O sobe e desce da Bolsa reflete a volatilidade do momento e a necessidade de se manter atento aos próximos dados econômicos importantes que virão na próxima semana, incluindo o relatório de empregos nos EUA e novos dados da inflação na zona do euro. A expectativa é que esses dados possam influenciar ainda mais o comportamento da Bolsa brasileira e global.