Hezbollah exibe arsenal de mísseis em vídeo nas redes sociais

Em um vídeo dramático, digno de produção cinematográfica, o Hezbollah, grupo extremista do Líbano, mostrou seu poderio bélico nesta quinta-feira (26). A organização utilizou suas redes sociais para compartilhar imagens de mísseis sendo disparados e explosões impressionantes, acompanhadas de uma trilha sonora intensa. A legenda do post trazia uma declaração provocativa: "Mas foi Deus que lançou".

O vídeo revela uma parte da estratégia do Hezbollah, que, após a publicação, divulgou os alvos de ataques planejados para o dia, listando locais estratégicos como o quartel-general de reserva do Corpo do Norte e a base da Divisão de Galileia, situada em Amiaad, onde foram lançados foguetes.

Imagens capturadas na cidade de Safed mostram o sistema de defesa antimísseis de Israel interceptando alguns dos projéteis disparados, ação confirmada pelas Forças de Defesa Israelenses. As autoridades relataram que, durante um curto período, cerca de 40 foguetes cruzaram a fronteira do Líbano com Israel, resultando em várias interceptações bem-sucedidas.

Israel rejeita cessar-fogo

Em uma resposta firme, o governo de Israel negou a proposta de cessar-fogo proposta pelos EUA e França. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, foi claro em sua posição: "Não haverá um cessar-fogo no norte [de Israel]. Iremos continuar atacando o Hezbollah com toda a nossa força até que haja uma vitória e um retorno seguro dos residentes do norte às suas casas", escreveu em uma rede social.

De acordo com Netanyahu, a ideia de um cessar-fogo de 21 dias visava estabelecer um período de trégua para a diplomacia, mas o governo israelense optou por seguir com sua estratégia militar.

Bombardeios israelenses causam devastação

Nesta quinta-feira, Israel intensificou sua ofensiva, com bombardeios que deixaram um rastro de destruição, resultando na morte de pelo menos 23 civis em um ataque a um edifício na cidade libanesa de Younine. Os ataques aéreos também visaram mais de 70 locais associados ao Hezbollah. O prefeito local afirmou que entre as vítimas, a maioria eram mulheres e crianças, e muitas ficaram feridas.

O Ministério da Saúde do Líbano já contabiliza mais de 72 mortos e centenas de feridos desde o início dos bombardeios. Os ataques por parte de Israel estão cada vez mais acertados em alvos do Hezbollah, incluindo instalações de armamento na região de Bekaa.

A pressão aumenta para um cessar-fogo

Durante uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou os ataques israelenses, afirmando que Israel está matando civis em seu território. Mikati clamou por um cessar-fogo imediato e ressaltou que os hospitais libaneses estão sobrecarregados de vítimas feridas.

"Os libaneses rejeitam a guerra. Israel não parou de violar resoluções da ONU, e estamos buscando estabilidade, não caridade", declarou.

Israel evita um conflito total

O enviado de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, reiterou que o país está se defendendo e que a ação militar visa apenas alvos do Hezbollah. "Israel não deseja uma guerra total", salientou, apontando que a situação no Oriente Médio é alimentada pelo Irã, que apoia o Hezbollah.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Netanyahu planeja uma viagem aos Estados Unidos, onde deve discursar na Assembleia Geral da ONU, enfatizando a posição de Israel contra as ações do Hezbollah e a situação em Gaza.

A tensão entre Israel e Hezbollah é histórica

A tensão entre Israel e Hezbollah é histórica, marcada por enfrentamentos que já resultaram em uma guerra em 2006. A atual escalada de conflito começou em outubro de 2023, após os ataques do Hamas a Israel, levando o país a declarar guerra e intensificar suas ações militares também no Líbano em resposta ao apoio do Hezbollah ao grupo Hamas.

Análises indicam que a situação pode se agravar, tornando-se um foco potencial de uma guerra abrangente na região, à medida que ambos os lados buscam fortalecer suas posições.