Em um trágico episódio, o grupo militante Hamas declarou nesta segunda-feira (30) que seu líder no Líbano, Fateh Sharif Abu el-Amin, foi assassinado em um ataque aéreo israelense, junto com membros de sua família, no sul do país.

Segundo a declaração do Hamas, Fateh Sharif e sua família estavam em sua residência em Al Bass, na região rural do sul libanês, quando a casa foi alvo de um bombardeio. Entre os mortos estão sua esposa, filho e filha, todos atingidos pelas explosões que devastaram a residência em um campo de refugiados palestinos na cidade de Tiro.

Este ataque ocorre em um contexto de intensificação das hostilidades por parte de Israel contra aliados do Irã na região. Recentemente, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) também anunciou a morte de três de seus líderes em um ataque em Beirute, aumentando as tensões na área que já se encontra em conflito.

Testemunhas relataram que o ataque em Beirute atingiu o andar superior de um prédio residencial, destacando a crescente vulnerabilidade da população civil em meio aos confrontos. A resposta de Israel é parte de um esforço mais amplo para neutralizar ameaças em múltiplas frentes, incluindo o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iémen.

No último domingo, Israel realizou uma série de bombardeios no Iémen, visando a milícia Houthi, resultando em várias fatalidades. De acordo com relatórios do ministério da saúde controlado pelos Houthis, pelo menos quatro pessoas foram mortas e 29 feridas em Hodeidah, em resposta a ataques de mísseis lançados pelos Houthis. No Líbano, informes indicam que ao menos 105 pessoas perderam a vida devido aos ataques aéreos de Israel apenas no último domingo.

A situação no Líbano é alarmante, com o ministério da saúde do país relatando mais de 1.000 mortes e 6.000 feridos nas últimas duas semanas, gerando uma onda de deslocamentos em massa. Aproximadamente um milhão de libaneses, equivalente a um quinto da população, foram forçados a deixar seus lares, vivendo em abrigos improvisados ou nas ruas.

Os ataques israelenses em solo libanês têm se concentrado principalmente no sul e em áreas periféricas de Beirute, onde o Hezbollah mantém suas operações. Um aspecto preocupante é que o ataque desta segunda-feira em Kola parece ter sido o primeiro a atingir diretamente os limites da capital libanesa, exacerbando o medo e a insegurança entre a população local.

Drones israelenses têm circulado pelo céu de Beirute, enquanto explosões ecoam pela cidade, levando muitos a se refugiar em locais públicos. A resposta dos Estados Unidos tem sido de apelo à solução diplomática, mas com um reforço militar na região, indicando uma postura ambígua diante da escalada de violência.

O presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou otimismo ao afirmar que uma guerra total no Oriente Médio é algo que 'deve ser evitado', e afirmou que discutirá a situação com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na esperança de um desfecho pacífico para o conflito.