Em uma medida que está agitando os ânimos na Argentina, o governo de Javier Milei anunciou nesta quinta-feira (14) a suspensão da aposentadoria vitalícia da ex-presidente Cristina Kirchner. Essa decisão decorre da confirmação da condenação da ex-mandatária por corrupção, um desdobramento que promete ter consequências significativas no cenário político do país.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, fez o anúncio em uma coletiva de imprensa, afirmando que a aposentadoria de Kirchner, que foi presidente entre 2007 e 2015 e vice-presidente entre 2019 e 2023, será suspensa. Além de sua aposentadoria, Kirchner também recebe benefícios vitalícios e uma pensão por viuvez do ex-marido, o falecido presidente Néstor Kirchner.

Segundo Adorni, essa suspensão representa uma economia de aproximadamente 21 milhões de pesos (cerca de R$ 121 mil) mensais para os cofres públicos. Ele argumentou que a aposentadoria de Kirchner é uma “graça” que não deve ser concedida a alguém que foi considerado indigna pela Justiça.

A decisão de suspender a aposentadoria está embasada na condenação de Kirchner a seis anos de prisão por administração fraudulenta, conforme confirmado pela Câmara Federal de Cassação Penal. Além disso, a ex-presidente foi inabilitada politicamente. Kirchner ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão junto à Suprema Corte do país.

Após o anúncio, Cristina Kirchner não poupou críticas e chamou Milei de "pequeno ditadorzinho" em suas redes sociais. Em resposta, destacou que a pensão dos ex-presidentes não é apenas um benefício a ser revogado, mas um reconhecimento pelo apoio popular que receberam durante seus mandatos.

Os rumores e as polêmicas em torno dessa decisão política são intensos, especialmente com Kirchner sendo uma figura central na oposição ao governo de Milei. Enquanto muitos de seus apoiadores protestam contra a suspensão da aposentadoria, outros veem a medida como essencial para a moralidade pública.

Vale destacar que, se a condenação se tornar definitiva, devido à sua idade avançada, Kirchner pode escapar da prisão, o que geraria ainda mais controvérsias e divergências no já dividido cenário político argentino.