Nação

Glauber Braga denuncia tentativa de silenciamento em processo de cassação

2025-04-02

Autor: Julia

O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) fez declarações contundentes nesta quarta-feira (2/4), afirmando que o processo de cassação que enfrenta na Câmara dos Deputados é uma estratégia para silenciá-lo devido às suas denúncias contra o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), além de suas posições firmes sobre diversos assuntos. O relator do caso na Comissão de Ética, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), apresentou um parecer recomendando a perda do mandato do parlamentar do Psol.

Braga defendeu-se, afirmando que este processo é uma clara tentativa de repressão política. "O processo pode ser contestado na Justiça. Nunca vi algo assim, onde um deputado permaneceu um ano sob processo sem utilizar instrumentos protelatórios. Isso foi uma tentativa de me calar, e como não me deixei intimidar, agora vem o pedido de cassação", declarou Braga.

O embrolho começou quando Braga expulsou o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, em abril de 2024, durante uma discussão acalorada que culminou em agressões físicas. Os dois se enfrentaram verbalmente, e Glauber, em um momento de tensão, acabou agredindo Costenaro, um episódio que levou ambos a serem levados ao Departamento de Polícia Legislativa.

Braga argumentou que Costenaro tinha um histórico de perseguições contra ele e sua honra, além de ter ofendido sua mãe, que faleceu pouco depois. "Defender a honra da minha mãe era uma obrigação para mim. Não posso imaginar como me sentiria se não tivesse feito isso naquele momento", disse o deputado, referindo-se à sua pressão emocional diante da situação.

O relator do caso, Paulo Magalhães, concluiu em seu relatório que Glauber cometeu um desvio de conduta ao expulsar Costenaro e recomendou a cassação de seu mandato. As provas apresentadas, segundo Magalhães, demonstram que o deputado extrapolou seus direitos e abusou das prerrogativas do mandato, o que é incompatível com o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Após as declarações de Glauber e a apresentação do relatório, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) pediu mais tempo para analisar o caso, adiando a decisão da Comissão de Ética. A próxima reunião da comissão será na semana que vem, onde o relatório de Paulo Magalhães será discutido novamente.

Se o relatório for aprovado, o caso seguirá para votação no plenário da Câmara dos Deputados, onde serão necessários 257 votos favoráveis dos 513 deputados para confirmar a cassação. O Psol já anunciou que, caso a decisão seja desfavorável, tentará recorrer ao Supremo Tribunal Federal para contestar o processo, prometendo lutar pela preservação dos direitos de seus membros.