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Como o Equador Se Tornou a Principal Rota da Cocaína no Mundo

2025-04-13

Autor: Julia

O Novo Epicentro do Tráfico de Drogas

Nos últimos anos, o Equador emergiu como a principal rota global para o tráfico de cocaína, em um cenário alarmante que envolve gangues estrangeiras e crescentes índices de violência. Cezar, um membro da gangue Latin Kings, relata como a máfia albanesa o recrutou e ameaçou sua vida caso não atendesse suas demandas.

Cocaína em Cada Esquina

Embora o Equador não produza cocaína, impressionantes 70% da droga que circula no mundo passa por seus portos, conforme afirmado pelo presidente Daniel Noboa. A cocaína chega principalmente da Colômbia e do Peru, os maiores produtores globais da substância.

Um Ano de Violência Recorde

Em janeiro de 2025, o país registrou 781 assassinatos, o maior número em um único mês em anos. Muitas dessas mortes estão diretamente ligadas ao comércio ilegal de drogas, refletindo o cenário sombrio que se abate sobre o Equador.

O Papel das Gangues Albanesas

As gangues albanesas, atraídas por rotas de tráfico, agora controlam grande parte do fluxo da cocaína da América do Sul para a Europa. Cezar, que começou no tráfico aos 14 anos, explica como ele suborna funcionários portuários para facilitar o contrabando. A corrupção torna-se uma arma de dois gumes, pois a máfia usa a violência como uma forma de controle.

Métodos de Contrabando

As gangues aplicam três táticas principais para enviar cocaína: escondem a droga entre as cargas legítimas, abrem contêineres no porto ou a colocam em navios em alto-mar. Esse tipo de contrabando se intensificou, levando a apreensões recordes pela polícia.

Mercado em Crescimento e Ameaças Imediatas

O aumento na demanda por cocaína, especialmente na Europa, está alimentando esse ciclo vicioso. Cezar expressa seu arrependimento, mas argumenta que, enquanto o consumo continuar a crescer, o tráfico só tende a expandir.

Fachadas e Exportações Legítimas

As gangues frequentemente se disfarçam de exportadoras legítimas de frutas. Por exemplo, 66% dos contêineres que saem do Equador são de banana, um recurso conveniente para esconder drogas. A situação é crítica, e autoridades alertam que, mesmo com operações de combate, a quantidade de cocaína traficada aumenta a cada ano.

O Impacto da Pandemia

A crise econômica resultante da pandemia de COVID-19 deixou muitas pessoas vulneráveis ao recrutamento por gangues. Este cenário, aliado à presença crescente de gangues albanesas desde 2021, tem dilacerado a sociedade equatoriana.

Uma Mensagem para a Europa

O Equador luta para controlar a violência exacerbada pela máfia. Autoridades locais e especialistas concordam que a raiz do problema é a demanda nas nações consumidoras, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Com o consumo em níveis recordes, a mensagem dos equatorianos para o mundo é clara: a responsabilidade pelo tráfico de drogas também recai sobre aqueles que consomem.

A Luta Continua

O presidente Daniel Noboa, em busca de reeleição, colocou o combate ao tráfico de drogas como prioridade máxima de sua administração. Ele enfatiza que a violência que permeia a cadeia do tráfico traz consequências mortais para todos os envolvidos.