Por que a Geração Z Está Revisitando o Passado?

A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, está trazendo de volta hábitos que muitos acreditavam ter ficado no passado. Discos de vinil, câmeras analógicas, jogos de tabuleiro e até máquinas de escrever estão ressurgindo, impulsionados por um sentimento de nostalgia e uma busca por um estilo de vida mais equilibrado.

Uma Revolução Retrofuturista?

Contrariando a crença popular de que a cultura atual é resultado apenas da influência da indústria, como a série "Stranger Things", que se passa entre 1983 e 1985, a verdade é que esse fenômeno é muito mais profundo. O psiquiatra Thyago Henrique explica que o retorno a esses itens pode estar ligado à saúde mental e à necessidade de equilíbrio em um mundo digital acelerado.

O Mundo Antes da Internet

Thyago destaca que essa geração viveu uma infância diferente, antes da popularização da internet. Isso significa que seus membros experimentaram um mundo mais analógico, livre dos constantes estímulos dos dispositivos móveis. "É como uma fuga do online para o offline", afirma.

Neurociência em Ação: O Que Está Por Trás dessa Tendência?

O psiquiatra apresenta quatro explicações neurocientíficas para esse fenômeno. Primeiro, a nostalgia ativa hormônios da felicidade, como dopamina e serotonina, aliviando o estresse e promovendo auto-regulação emocional. Segundo, práticas analógicas melhoram a concentração ao estimular áreas específicas do cérebro.

Além disso, essas atividades favorecem interações sociais não mediadas por telas, essenciais para melhorar habilidades sociais e empatia. Por último, essa busca por equilíbrio digital se torna crucial em um mundo tão conectado.

Os Efeitos da Pandemia

A pandemia trouxe um desafio sem precedentes à saúde mental, destacando a importância da socialização. O isolamento afetou profundamente a capacidade do cérebro humano de funcionar, já que somos seres sociais por natureza.

O Que Esperar do Futuro?

E quanto à Geração Alpha, a próxima geração que já nasce rodeada por tecnologia? Thyago expressa preocupação: "Eles serão mais complexos, mas também mais frágeis, em termos neurocientíficos". O receio é que essa dependência excessiva da tecnologia, como a Inteligência Artificial, possa impactar negativamente seu aprendizado.

À medida que a Geração Z revive o passado, cabe a eles ensinar às próximas gerações que o equilíbrio entre o mundo digital e o analógico é a chave para uma vida saudável.