Uma recente ação adotada pelas equipes da Comlurb, a companhia de limpeza urbana do Rio de Janeiro, pode ter mudado a vida de uma recém-nascida encontrada no lixo por garis na madrugada de terça-feira passada. O incidente ocorreu na Rua Ouro Preto, entre Quintino e Cascadura, na Zona Norte. Devido ao aumento do abandono de animais e riscos com objetos perfurocortantes, os garis foram orientados a revisar cuidadosamente as caixas de papelão antes de descartá-las no compactador.

Essa orientação é crucial, pois já foram registradas situações em que outras equipes encontraram objetos perigosos dentro de caixas mal fechadas. Além disso, essa prática pode proteger animais de estimação, como gatos e filhotes de cachorros, que também podem ser deixados em caixas de papelão.

O gari Samuel da Silva dos Santos e seus colegas estavam realizando a coleta de lixo quando se depararam com a boa-nova. A bebê estava deitada no chão, coberta por uma caixa de papelão. Inicialmente, Samuel pensou que se tratava de uma boneca, mas ao tocar a mão da criança, percebeu que ela estava viva. 'A princípio, imaginei que era um Bebê Reborn. Estava até pensando em dar para a minha filha', relatou emocionado. Após perceber que a bebê estava realmente viva, ele imediatamente chamou por ajuda.

Com o suporte de um colega, a equipe ligou para o Corpo de Bombeiros, que rapidamente levou a criança para o Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira. A polícia também foi acionada para investigar a situação e tentar encontrar a família da bebã, reforçando a responsabilidade da sociedade em cuidar de todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.

A bebê, carinhosamente chamada de Vitória pela equipe que a encontrou, permanece internada em um estado de saúde estável, recebendo toda a assistência médica necessária. O Conselho Tutelar e os serviços de saúde estão devidamente informados sobre o caso e monitorando a situação cuidadosamente para garantir o bem-estar da criança.

A legislação brasileira estabelece que antes de uma adoção ser efetivada, todas as tentativas de reinserção na família biológica devem ser esgotadas. Portanto, as autoridades estão em busca de familiares, enquanto a Vara da Infância e da Juventude se prepara para acolher a criança em uma instituição caso não se encontre um responsável que possa cuidar dela. Essa história destaca não apenas um ato heroico e inesperado, mas também a importância de criar sistemas de proteção para os mais necessitados. É um chamado à ação e uma lição sobre a responsabilidade coletiva que temos em proteger os mais vulneráveis em nossa sociedade.