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Furacão Rafael enfraquece após devastar Cuba e provoca novos apagões

2024-11-07

Autor: Fernanda

O furacão Rafael perdeu força após atingir Cuba na noite de quarta-feira (6), mas deixou um rastro de destruição e novos apagões em várias partes da ilha, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos. As repercussões foram severas, com muitos locais enfrentando cortes de energia elétrica devido a danos nas centrais e à escassez de combustível.

A situação se agrava, pois Cuba já havia sido atingida há duas semanas pelo ciclone Oscar, que causou a morte de oito pessoas e um blecaute que durou quatro dias. Neste novo episódio, a estatal União Elétrica informou que a desconexão do sistema elétrico nacional foi provocada pelos ventos fortes do furacão, resultando em danos severos à infraestrutura elétrica do país que abriga cerca de 10 milhões de habitantes.

Na manhã desta quinta-feira (7), Rafael estava a aproximadamente 220 km ao sudoeste da Flórida, com ventos de até 165 km/h. As autoridades relataram que o furacão atingiu a praia Majana, na província de Artemisa, onde permaneceu por cerca de duas horas e meia, enfraquecendo rapidamente após ser classificado como um ciclone de categoria 2 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5.

Várias regiões da ilha permanecem sem eletricidade, e a situação em Candelaria, uma pacata localidade rural, está preocupante. "Estou desesperada, fiquei sem teto. O telhado se foi e não sei o que vou fazer", desabafou Marta Leão Castro, 57 anos, refletindo a angústia de muitos cubanos afetados pela tempestade.

Os moradores estão se mobilizando para proteger suas casas, reforçando portas e janelas, e alguns amarraram os telhados de alumínio com cabos ou os cobriram com sacos. Milhares de residentes de cidades costeiras foram evacuados para garantir sua segurança.

A capital, Havana, com seus dois milhões de habitantes, também sentiu os impactos do furacão. O comércio foi interrompido, postos de gasolina fecharam as bombas, e as ruas estavam praticamente desertas em razão do fenômeno climático.

As operações aéreas foram suspensas em diversas regiões, incluindo os importantes aeroportos da capital e de Varadero, popular destino turístico. Esta situação deixou muitos turistas retidos nos hotéis, que improvisaram jantar à luz de velas enquanto aguardava a tempestade passar.

Desde terça-feira (5), as aulas estão suspensas em várias províncias, e serviços de transporte público de passageiros foram paralisados em Havana e outras localidades do oeste. O contexto se torna ainda mais preocupante em um país que já sofre com uma crise econômica profunda, marcada pela escassez de alimentos e medicamentos, além de uma inflação crescente. Em setembro de 2022, Cuba enfrentou um apagão massivo após a passagem do furacão Ian, e a atual situação levanta preocupações sobre a capacidade do governo de lidar com mais um desastre.

Os cubanos vivem um momento desafiador, lutando não apenas contra os efeitos devastadores do furacão, mas também contra um cenário econômico que se agrava dia a dia.