Nação

Fraudes: PF atuará em esquema de agendamento irregular no SUS para mulheres

2025-01-21

Autor: Lucas

Na última terça-feira (21/01), a Polícia Federal lançou uma operação impactante contra um suposto esquema de compra de votos através do agendamento irregular de atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) em Queimados, Rio de Janeiro. O escândalo veio à tona após revelações de que membros da administração municipal estavam marcando centenas de procedimentos de saúde, inclusive exames para si mesmos, levando a situações absurdas, como o agendamento de vasectomias para mulheres e consultas ginecológicas para homens.

Esse esquema, que foi identificado em uma denúncia divulgada em setembro de 2024, expôs sérias falhas no sistema de agendamento do SUS, que deveria ser gratuito e equitativo, priorizando atendimentos apenas com base na urgência médica.

Entre os envolvidos está o ex-subsecretário adjunto de Gestão Estratégica e Contas Médicas, Julio César Gomes Bezerra, que, segundo documentos da investigação, teria agendado um total de 340 procedimentos para si, mesmo após deixar o cargo.

A operação da PF, chamada de Saúde Eleitoral, resultou em nove mandados de busca e apreensão, não apenas em Queimados, mas também em Brasília. A Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens que não combinam com a renda dos acusados e o afastamento deles de suas funções públicas.

Tudo começou com uma notícia-crime apresentada pela Câmara Municipal de Queimados, que revelou a reserva irregular de vagas em programas como o Sistema Nacional de Regulação (Sisreg). O relatório indicou que a ex-secretária de Saúde falhou em retirar o acesso dos funcionários exonerados ao Sisreg, permitindo que continuassem manipulando o sistema em busca de vantagens pessoais.

Registros no Sisreg mostraram uma série de agendamentos, muitos dos quais foram posteriormente cancelados. A Polícia Federal acredita que os envolvidos podem ser acusados de organização criminosa, inserção de dados falsos em um sistema de informações e corrupção eleitoral. As sanções para essas infrações podem chegar a impressionantes 24 anos de prisão, somadas.

As investigações revelaram que essas supostas irregularidades ocorreram durante a gestão de Glauco Kaizer, atual prefeito reeleito de Queimados. A cidade está localizada a apenas 50 quilômetros da capital do Rio de Janeiro, e essa situação levanta questões sérias sobre a integridade dos serviços públicos na região. O caso ainda está em andamento e novas revelações podem surgir, deixando a população em alerta.