A polêmica em torno da jornada de trabalho no Brasil está ganhando força com a proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que visa reduzir a carga horária legal para 36 horas semanais, promovendo uma nova dinâmica de trabalho com a escala 4x3, onde os funcionários trabalham apenas quatro dias e têm três dias de folga. Essa mudança pode revolucionar a vida de milhões de trabalhadores que atuam sob a exaustiva carga da atual escala 6x1.

Recentemente, um abaixo-assinado, que já conta com mais de 2 milhões de assinaturas, foi lançado pelo movimento 'Pela Vida Além do Trabalho', fundado por Rick Azevedo, um ex-balconista de farmácia. A indignação em torno da escala 6x1, onde o trabalhador é forçado a trabalhar seis dias consecutivos para ter apenas um dia de descanso, se intensificou nas redes sociais. A deputada Hilton declarou, "A escala 6x1 é uma prisão e desrespeita a dignidade do trabalhador."

Além disso, a proposta visa garantir que a redução na carga horária não resulte em diminuição salarial. Apesar de ser bem-recebida por muitos, a proposta enfrenta críticas de parlamentares e entidades empresariais, que alegam que essa mudança poderia aumentar custos e desemprego.

Recentemente, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu que essa questão deveria ser discutida através de convenções e acordos coletivos, e que uma jornada de trabalho de 40 horas semanais é viável. Contudo, defensores da mudança estão exigindo um apoio mais robusto do governo para garantir a consideração da proposta.

A discussão sobre o que constitui a escala 6x1 é essencial. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira permite que empresas estabeleçam suas escalas, resultando em práticas que frequentemente expiraram os limites prudentes de horas trabalhadas. Isso, segundo analistas, contribui para a crescente exaustão mental e física entre os trabalhadores.

O movimento 'Pela Vida Além do Trabalho' tomou impulso após Azevedo viralizar um vídeo no TikTok expressando indignação quando foi chamado a trabalhar durante seu dia de descanso. Ele afirma que essa carga excessiva é equivalente a uma "escravidão moderna".

A nova proposta de Hilton não apenas busca o fim da escala 6x1, mas propõe um novo modelo de jornada de trabalho. O chamado modelo 4x3 já foi testado em alguns países com resultados positivos - menos faltas, maior produtividade e um impacto positivo na saúde mental e física dos trabalhadores.

Segundo estudos de iniciativas anteriores, ao implementar uma escala de 4 dias de trabalho, muitos funcionários reportaram melhorias significativas, como aumento de energia para realizar tarefas e diminuição de estresses. As evidências sugerem que os resultados financeiros também foram favoráveis, com muitas empresas reportando crescimento na receita durante testes de jornada reduzida.

Por outro lado, as entidades que se opõem à redução da jornada de trabalho destacam que essa mudança poderia resultar em demissões em massa e aumento de preços para os consumidores, especialmente em setores que necessitam de flexibilidade para atender à demanda.

Agora, a pressão está sobre os membros do Congresso para determinar se a proposta de alterar a jornada de trabalho será um passo à frente na luta pelos direitos dos trabalhadores ou se acabará em um impasse político. O futuro da escala 6x1 está incerto, mas a voz da população é mais forte do que nunca!