Entretenimento

Fernanda Torres: "Cheguei num patamar a que eu nunca tinha chegado"

2024-11-06

Autor: Mariana

Desde a estreia do filme *Ainda Estou Aqui* no Festival de Veneza, um verdadeiro fenômeno de carinho e apoio tomou conta do Brasil, elevando a carreira da atriz Fernanda Torres a um novo patamar. O filme, que chegou aos cinemas brasileiros no dia 7 deste mês, é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata a vida de Eunice Paiva, mãe do escritor, que lutou incansavelmente para esclarecer o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, um ex-deputado torturado e assassinado durante a ditadura militar no Brasil.

"Sou uma atriz diferente depois desse filme", afirma Fernanda em entrevista a partir de Nova York, onde o longa foi mais uma vez aplaudido efusivamente. O filme já conquistou prêmios importantes, incluindo o de melhor roteiro no Festival de Veneza, e Fernanda é apontada como uma forte concorrente ao Oscar de melhor atriz. Em meio a tantos elogios, a atriz se permitiu celebrar essa nova fase: "Cheguei num patamar de honestidade no representar que nunca tinha chegado antes".

O impacto de *Ainda Estou Aqui* também pode ser medido pelo burburinho nas redes sociais, onde memes e resenhas positivas multiplicam-se a cada dia. A crítica especializada tem comparado sua atuação à de sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada ao Oscar em 1999 por sua performance em *Central do Brasil*.

Ao ser questionada sobre a possibilidade de uma indicação ao Oscar, Fernanda faz questão de destacar que, independente do resultado, o verdadeiro prêmio é a mensagem do filme. "O grande prêmio de um filme é fazê-lo ser visto e tocado pelas pessoas. Quando isso acontece, é algo inacreditável", enfatiza. A atriz compartilha que tem fortes memórias pessoais dos anos sombrios do regime militar no Brasil, o que a fez mergulhar profundamente na psicologia de sua personagem.

*Ainda Estou Aqui* não é apenas uma obra sobre o passado de Eunice, mas também ilumina questões contemporâneas, como os direitos humanos e a luta pelos povos indígenas, temas que Eunice defendeu ao longo de sua vida. "Ela viu que a violência do Estado contra os povos indígenas era um espelho da violência que sua família sofreu", explica Fernanda, ressaltando a relevância do legado que seu papel representa.

Além do aclamação cinematográfica, Fernanda também vive momentos emocionantes em sua vida pessoal, especialmente ao atuar ao lado de sua mãe no filme. A presença de Fernanda Montenegro na produção é um tributo ao talento que permeia a família Torres.

Com o lançamento do filme e a visibilidade que ele traz, Fernanda está atenta ao mundo da moda também. "É uma loucura como tudo mudou. Você precisa se apresentar para o mundo, e eu quero refletir a essência de Eunice em minha presença nos tapetes vermelhos", comenta, divertindo-se com o desafio de encontrar o look perfeito para cada evento.

Apesar de toda a atenção e reconhecimento internacional, Fernanda permanece enraizada em suas origens. "Sinto uma vida pulsante na cultura brasileira e não tenho interesse em viver fora. Se eu tiver sucesso internacional, quero que seja pelo Brasil", diz, com um sorriso no rosto, revelando seu amor incondicional por sua terra natal. Em meio a tudo isso, a pergunta que persiste é: como será o look de Fernanda no Oscar? "Cinderela!", responde a atriz entre risos, com a mesma leveza que sempre encantou seu público.