Em 2024, Minas Gerais está enfrentando uma crise de saúde pública com 269 casos confirmados de Febre Oropouche, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). A cidade que mais sofreu com a doença é Joanésia, localizada na Região do Vale do Rio Doce, que registrou impressionantes 140 contaminações até 1º de janeiro de 2025. O responsável pela propagação do vírus é o mosquito Culicoides, também conhecido como borrachudo, que até então era predominantemente encontrado na região Norte do Brasil.

Os primeiros casos da arbovirose foram detectados em maio do ano passado, com confirmações iniciais em Ipatinga, Gonzaga e Congonhas. Menos de uma semana após o início da triagem, a SES-MG identificou 68 novos casos, intensificando a vigilância sobre a situação.

A maioria das infecções se concentra na Região do Vale do Aço, e a SES-MG informou que a coleta de amostras para análise ocorreu principalmente antes de junho do último ano. A implementação da Vigilância Sentinela da Febre Oropouche foi um passo importante: unidades sentinelas foram estabelecidas em várias Unidades Regionais de Saúde.

Além dos 269 casos reportados, Belo Horizonte também confirmou três casos importados da Febre Oropouche, com pacientes que residem em Botuverá, Santa Catarina. Isso indica que esses casos não foram contraídos dentro de Minas Gerais.

Uma característica alarmante é que, apesar da doença ter sido identificada pela primeira vez no Brasil em 1960, não houve registro de casos ou óbitos em Minas até maio de 2024. Desde então, a situação se agravou, e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas) está monitorando a evolução dos casos de perto.

A preocupação se estende além das fronteiras de Minas, já que a febre Oropouche começou a se espalhar pelos estados da Bahia e Espírito Santo. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, destacou que a vigilância laboratorial está sendo ampliada para compreender quais arbovírus estão circulando no estado.

Até o final de dezembro de 2024, o Informe Semanal do governo Federal indicou que 13.048 casos da Febre Oropouche foram registrados em todo o Brasil, com destaque para os estados do Espírito Santo e da Amazônia.

Os sintomas da Febre Oropouche são similares aos de outras arboviroses, incluindo dor muscular, de cabeça, nas articulações, além de náuseas e diarreia. Diagnósticos laboratoriais são cruciais, e o tratamento se concentra no alívio dos sintomas, já que não existem vacinas ou medicamentos antivirais específicos para essa doença.

A equipe de saúde alerta que algumas complicações graves podem surgir, especialmente em pacientes imunossuprimidos, incluindo quadros neurológicos como meningite e encefalite. Portanto, é essencial que a população esteja atenta aos sintomas e busque assistência médica imediata quando necessário.

Essa nova ameaça à saúde pública destaca a importância da conscientização e do monitoramento contínuo, especialmente em um mundo onde os arbovírus estão cada vez mais presentes e o potencial de surtos aumenta. Fique informado e proteja-se!