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Falkland ou Malvinas? Polêmica no governo argentino após uso do nome 'Falklands'

2024-10-23

Autor: Mariana

O Ministério da Defesa da Argentina gerou um verdadeiro tumulto ao se referir às Ilhas Malvinas como "Falklands" em um comunicado oficial. Essa escolha de palavras desencadeou uma onda de críticas tanto dentro do governo quanto na sociedade, levando a Chanceler Diana Mondino a prometer a demissão do responsável por essa polêmica, que foi acusado de agir "guiado pela ideologia de esquerda".

Essa discussão surge em um contexto de crescente preocupação da Argentina com a presença militar britânica nas Malvinas. O governo argentino está buscando intensificar sua parceria com o Brasil no Atlântico Sul, especialmente em questões relacionadas à segurança e defesa.

Os ex-combatentes da Guerra das Malvinas demonstraram seu descontentamento, recusando-se a participar de paradas ao lado do presidente Javier Milei no Dia da Independência da Argentina, em um sinal claro de que a memória dos eventos de 1982 ainda é uma ferida aberta no país.

A chanceler Mondino declarou: "Em relação à versão maliciosa publicada no site do governo, estamos identificando o responsável para demiti-lo. Iremos fundo contra quem, guiado pela ideologia de esquerda, atentar contra os interesses dos argentinos."

É importante lembrar que as Ilhas Malvinas, que estão a cerca de 600 km da costa argentina, foram palco de um conflito intenso entre Argentina e Reino Unido em 1982, resultando em 649 mortos argentinos e 255 britânicos ao longo de 74 dias de combate.

A controvérsia começou quando o nome "Falklands" foi mencionado em um comunicado sobre uma reunião que Mondino teve com o vice-presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Gilles Carbonier. O texto do comunicado se referia a um projeto humanitário para identificar os combatentes argentinos que perderam suas vidas durante a guerra, mas o uso do nome britânico causou uma explosão de reações adversas, levando o conteúdo a ser rapidamente removido do site do ministério.

Figuras políticas, incluindo o deputado de oposição Pablo Blanco, não hesitaram em criticar Mondino: "Se houver culpados, você deve começar fazendo as malas", enquanto outros afirmaram que o erro não é um deslize, mas sim uma negação da soberania argentina.

As alegações de soberania sobre as Malvinas são uma questão histórica e complexa. Argentina tem reivindicado a posse das ilhas por meio de canais diplomáticos há quase 200 anos, e a ferida da guerra de 1982 continua a afetar as relações entre os dois países até hoje. A polêmica atual destaca a importância do discurso e da simbologia na política argentina, especialmente em relação a um tema tão sensível como as Malvinas.