Nação

Ex-juiz da Lava Jato Revela Telefonema Controverso que Mudou Seu Rumos na Justiça

2024-09-25

O ex-juiz federal Eduardo Appio fez uma revelação surpreendente ao admitir que ele foi o responsável por um telefonema para o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, que teve consequências diretas na sua carreira e o levou ao escrutínio da Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Appio, que atuou menos de quatro meses na 13ª Vara de Curitiba, conhecida por ser a "Vara da Lava Jato", se viu envolvido em uma polêmica ao realizar essa ligação em fevereiro de 2023.

Em um programa recente da TV Brasil chamado "Dando a Real", Appio mencionou que fez a ligação devido à falta de confiança nas informações que circulavam sobre a relação entre João Eduardo e o juiz Marcelo Malucelli, que na época estava avaliando processos relacionados à Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

"Não é comum que um juiz precise investigar. Eu estava simplesmente tentando checar informações", declarou Appio, enfatizando sua responsabilidade na luta contra a corrupção, mesmo que isso envolvesse colegas de tribunal. No entanto, ele também reconheceu que o meio utilizado para essa investigação era "inadequado".

Durante a conversa, Appio disfarçou sua identidade, tentando confirmar se João Eduardo era filho ou sobrinho de Marcelo Malucelli. Na época, as relações entre os juízes eram tensas, especialmente em relação ao advogado Rodrigo Tacla Duran, um conhecido adversário de Sergio Moro, sócio de João Eduardo e ex-juiz da Lava Jato, que levanta questões éticas sobre possíveis conflitos de interesse.

João Eduardo acabou gravando a chamada, e sua reação foi de considerar o contato uma ameaça velada. Em resposta às declarações de Appio, Sergio Moro criticou o ex-juiz, chamando sua confissão de "pouco confiável" e alegando que isso descredibiliza suas antigas acusações.

Appio também comentou sobre o clima hostil que existia em seu ambiente de trabalho, no qual ele se sentiu isolado. "A pressão era enorme. Todos desconfiavam de mim desde o início", lamentou.

Na sequência dos eventos, uma investigação administrativa foi aberta contra Appio, mas ele conseguiu transferi-la para o CNJ, onde finalmente chegou a um acordo que permitiu seu afastamento da 13ª Vara e a assunção de outra na área previdenciária. Appio expressou seu arrependimento ao afirmar que suas investigações poderiam ter sido mais profundas se tivesse permanecido em seu antigo posto.

Além das confissões polêmicas sobre a ligação, Appio também falou sobre seu ceticismo em relação à Lava Jato, sugerindo que existiam indícios de espionagem política, que ele associou a eventos históricos, incluindo o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Essa nova perspectiva abre um leque de questionamentos sobre a integridade das operações anticorrupção que marcaram a era recente da política brasileira, e levantam a necessidade de reavaliar os métodos utilizados durante as investigações.

As consequências para Appio ainda estão se desenrolando, e sua história ressalta o quanto as relações entre o poder judiciário e a política são complexas e repletas de nuances. O que mais essa trama profunda e cheia de reviravoltas poderá revelar? Fique atento às próximas atualizações!