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EUA reconhecem erro ao deportar pai de família para El Salvador

2025-04-01

Autor: Lucas

O governo dos Estados Unidos admitiu, em um processo judicial na última segunda-feira (31), que cometeu um erro ao deportar Kilmar Armando Abrego Garcia, um pai de família residente em Maryland, para El Salvador. O motivo da deportação foi classificado como um 'erro administrativo', e os advogados do homem argumentam que não é possível trazê-lo de volta, pois ele se encontra sob custódia no país centro-americano.

Abrego Garcia, um cidadão salvadorenho que havia recebido o status de protegido por um juiz de imigração em 2019, deveria estar protegido contra a remoção para El Salvador. Essa situação se tornou o centro de uma batalha jurídica acirrada, que ganhou destaque na mídia após ser reportada pela revista The Atlantic.

De acordo com documentos do governo, apesar de o ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) ter conhecimento da proteção do indivíduo, ele foi deportado em 15 de março devido a um erro administrativo. O homem, que fugiu da violência de gangues em El Salvador há mais de uma década, foi identificado pela esposa ao vê-lo em imagens de uma prisão de segurança máxima chamada CECOT.

Antes da deportação, Abrego Garcia foi preso pelo ICE sob a alegação de ter um papel proeminente na gangue MS-13, uma afirmação que a defesa refuta categoricamente, argumentando que ele não possui qualquer vínculo com a organização criminosa.

A situação se complicou ainda mais quando Robert Cerna, diretor interino do escritório de campo do ICE, revelou que Abrego Garcia não estava na lista original de deportações, mas foi colocado como 'suplente' devido à remoção de outros indivíduos por diferentes motivos. Assim, ele acabou sendo deportado, mesmo com uma proteção legal vigente.

O comunicado do ICE sobre esse caso escandaloso destacou que a remoção foi um descuido e realizada de boa-fé, com base em uma ordem final de deportação e na suposta filiação à MS-13.

Este incidente levanta questões alarmantes sobre os protocolos de deportação do governo dos EUA e a proteção de indivíduos que estão sob a custódia da lei de imigração. Advocacia e entidades de direitos humanos alertam que esse erro pode ter consequências devastadoras, não apenas para Abrego Garcia, mas também para outros que se encontram em situações semelhantes.