Em uma decisão drástica, o governo dos Estados Unidos anunciou neste sábado (5) a revogação de todos os vistos dos cidadãos do Sudão do Sul. Isso ocorre em resposta à recusa do país africano em aceitar seus cidadãos expulsos dos EUA.

Esta é a primeira vez que os EUA adotam uma medida tão severa, atingindo todos os titulares de passaportes de um único país, desde que Donald Trump assumiu novamente a presidência em janeiro. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou em um comunicado que o Departamento de Estado "está tomando ações para revogar todos os vistos dos titulares de passaportes sul-sudaneses e impedir sua emissão para entrada".

Rubio enfatizou que os EUA estarão prontos para revisar essa decisão assim que o Sudão do Sul demonstrar plena cooperação.

O Sudão do Sul, que é o país mais jovem do mundo e um dos mais pobres, enfrenta atualmente sérios conflitos internos entre seus líderes políticos, o que tem gerado uma grave crise humanitária. Desde sua independência em 2011, o país tem lutado para desenvolver suas instituições, enquanto a população sofre com a insegurança alimentar e a falta de serviços básicos.

Washington acusa o governo de transição de Juba de "se aproveitar" dos EUA ao se recusar a aceitar o retorno de seus cidadãos deportados, o que levanta questões sobre a responsabilidade do governo sul-sudanês em relação à sua população.

Além disso, a preocupação com um possível retorno da guerra civil, que entre 2013 e 2018 resultou na morte de cerca de 400 mil pessoas, continua crescendo entre os analistas e autoridades mundiais. A suspensão dos vistos pode agravar ainda mais a já tensa situação política e social no Sudão do Sul, tornando a estabilidade na região mais ameaçada do que nunca.