Negócios

EUA impõem tarifa adicional de 50% à China; taxa total chega a 104%!

2025-04-08

Autor: Matheus

A Casa Branca confirmou sua promessa de retaliação à China, anunciando nesta quarta-feira (9) uma nova tarifa de 50% sobre as taxas já impostas anteriormente ao país asiático. Com as novas medidas, os produtos chineses podem vir a enfrentar uma tarifa total de até 104% para entrar no mercado americano.

Karoline Leavitt, porta-voz do presidente Donald Trump, enfatizou que a sobretaxa entrará em vigor imediatamente e destacou que, embora o presidente esteja aberto ao diálogo, suas decisões sempre priorizarão o bem-estar do povo americano. "Se a China se manifestar, ele [Trump] será cordial, mas vai fazer o que for melhor para nosso país", declarou.

Essa nova tarifa afeta todos os países que foram alvo de sobretaxas mais elevadas no recente anúncio de tarifas.

Leavitt também criticou a ação recente da China, afirmando que "retaliar foi um erro" e ressaltou que, quando os EUA são atingidos, a resposta será sempre mais firme. "É por isso que teremos tarifas de 104% em vigor a partir de hoje", afirmou.

Na cerimônia de assinatura de um decreto que incentiva o uso de carvão mineral, Trump descreveu suas tarifas como "explosivas" e revelou que o governo está arrecadando impressionantes US$ 2 bilhões por dia com esse novo imposto. “Dinheiro está entrando em um nível que nunca vimos antes”, acrescentou.

Trump também mencionou que mais de 70 países entraram em contato para negociar acordos, mas não fez comentários sobre futuras imposições de taxas à China. Recentemente, ele já havia anunciado uma tarifa de 34% sobre produtos chineses, somando-se às taxas anteriores de 20%, elevando a carga total para 54%.

Em resposta a essas medidas, o governo chinês anunciou uma retalição válida a partir de quinta-feira (10), com uma nova tarifa de 34% sobre importações americanas. A China manifestou determinação ao afirmar que "lutará até o fim" contra as tarifas impostas por Trump.

O Ministério do Comércio da China declarou que "os EUA estão escalando as tarifas, errando em suas abordagens" e repetiram que as contramedidas adotadas pela China são totalmente legítimas para proteger seus interesses e soberania. O ministério alertou que, se a nova escalada de Trump for efetivada, a China tomará novas medidas para defender seus direitos.

O impacto das tarifas na economia global foi instantâneo: o dólar disparou 1,43%, atingindo R$ 6 pela primeira vez em 2023, marcando uma alta de quase R$ 0,40 em poucos dias de negociação. O Ibovespa, que havia iniciado o dia em alta, despencou 1,31% no fechamento, evidenciando a volatilidade causada pela guerra comercial.

Em Wall Street, a situação não foi diferente. Após um início promissor, os índices acionários enfrentaram uma queda significativa, com o S&P 500 perdendo 1,57% e o Nasdaq Composite caindo 2,15%.

Antes do anúncio, Trump compartilhou em sua rede social, Truth Social, que acredita que a China está interessada em renegociar as tarifas, embora a abordagem de Pequim tenha sido diferente. "A China também quer um acordo, mas não sabe como iniciar a conversa. Estamos aguardando o contato deles", disse Trump.

Ele ainda mencionou ter tido uma "ótima ligação" com o presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, indicando que um grande acordo poderia estar a caminho. Enquanto isso, o clima nos mercados globais melhorou levemente após os comentários de Trump, trazendo esperança de um avanço nas negociações.

Bilionários como Elon Musk também criticaram a imposição de tarifas, gerando um debate acalorado. Após uma entrevista de Peter Navarro, principal conselheiro de Trump para comércio, Musk se manifestou, alegando que Navarro é "mais burro que um saco de tijolos". Esse embate de ideias reflete as tensões não apenas entre EUA e China, mas também no próprio círculo de conselheiros e aliados de Trump.