
Glauber Braga Encerra Greve de Fome Após Acordo Crucial na Câmara
2025-04-17
Autor: Pedro
Um Ato de Coragem: A Décima Oitava Greve de Fome
O deputado federal Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, tomou a corajosa decisão de encerrar sua greve de fome na tarde da última quinta-feira, 17 de abril de 2025. Após uma intensa articulação liderada por Lindbergh Farias, do PT, e a deputada Sâmia Bomfim, do PSOL, Braga recebeu o suporte necessário do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba.
Desafios à Vista: A Luta por Seu Mandato
Durante os oito dias de acampamento no Plenário 5 da Câmara, Glauber se manteve em um regime de soro, água e isotônico, enquanto lutava por mais tempo para tentar reverter a recente decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que, em 9 de abril, aprovou a cassação do seu mandato por 13 votos a 5.
Em sua declaração, Braga expressou: "Vou anunciar a suspensão da greve de fome, mas quero fazer agradecimentos e depois discutir a política: onde estamos, quais são os próximos passos e para onde vamos." A pressão estava alta, e os médicos recomendaram uma transição gradual de volta à alimentação normal.
Pendências e Expectativas: O Que Aguardá Braga?
Lindbergh revelou a jornalistas que a análise da cassação deve ocorrer apenas no semestre seguinte de 2025. Com a perda de mandato em jogo, Braga tem até terça-feira, 22 de abril, para apresentar um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Esta comissão terá 5 dias para votar o recurso, e se ele for aprovado, o caso retornará ao Conselho de Ética.
Hugo Motta garantiu que não submeterá o caso ao Plenário antes de 60 dias, dando a Braga um tempo crítico para angariar apoio e tentar reverter a situação.
Motivações Polêmicas: O Contexto da Cassação
A cassação de Braga está atrelada a um incidente ocorrido em abril de 2024, onde o deputado agrediu o youtuber Gabriel Costenaro, associado ao Movimento Brasil Livre (MBL). No entanto, aliados de Braga acreditam que a punição é desproporcional e pode ser uma retaliação por sua luta contra o orçamento secreto.
Na época, Braga havia criticado o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmando que o mesmo "sequestrava" o orçamento com a implementação de emendas. Lira, por sua vez, refutou as acusações de perseguição e deixou claro que medidas judiciais poderiam ser tomadas contra insinuações infundadas.
Com a atenção da sociedade voltada para essa situação delicada na Câmara, a luta de Glauber Braga não apenas desperta solidariedade, mas também levanta questões cruciais sobre a ética e a justiça política no Brasil.