Em uma reviravolta chocante no mundo do futebol, a Justiça anunciou nesta quarta-feira (30 de outubro) a prisão do presidente da torcida organizada Mancha Alviverde, Jorge Luís, e do vice-presidente Felipe Matos dos Santos, além de quatro membros da torcida. Eles são acusados de orchestrarem uma emboscada brutal contra torcedores do Cruzeiro na rodovia Fernão Dias, ocorrida no último domingo (27 de outubro).

Segundo a investigação, o presidente da Mancha teria atuado como o mentor intelectual do ataque, motivado por uma busca de vingança após ser agredido por torcedores mineiros em 2022. Detalhes apavorantes revelam que o grupo palmeirense chegou ao local da emboscada uma hora e meia antes do ataque, evidenciando uma premeditação impressionante. A polícia agora está empenhada em localizar outros suspeitos, enquanto a sede da torcida será alvo de um mandado de busca e apreensão iminente.

O ataque foi devastador: dois ônibus transportando torcedores da Máfia Azul foram atacados, resultando em um óbito e cerca de 20 feridos. O motoboy José Victor Miranda, de 30 anos, levou queimaduras graves pelo corpo e foi velado na última terça-feira (29 de outubro). O evento foi marcado pela presença de companheiros da torcida do Cruzeiro, que prestaram suas últimas homenagens.

Além de Jorge Luís, a prisão temporária por 30 dias do vice-presidente Felipe Matos dos Santos, conhecido como Fezinho, também foi solicitada. Imagens de câmeras de segurança mostraram Matos em um estacionamento em Mairiporã na hora da emboscada, o que ajudou a sua identificação. A polícia tem baseado suas investigações em dados de placas de veículos filmados durante o incidente, o que pode levar a mais prisões.

Os representantes legais de Luís alegaram ainda não ter acesso aos documentos do caso. A defesa de Santos não foi localizada até a tarde de quarta-feira. As investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), que já conta com um extenso banco de dados das principais torcidas do estado. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também está monitorando de perto o desenrolar deste caso alarmante.

A Secretaria Estadual da Saúde revelou que um torcedor permanece em estado grave no Hospital de Franco da Rocha, após ter sido transferido de uma unidade de Mairiporã na segunda-feira (28). O incidente ocorreu enquanto torcedores do Cruzeiro retornavam de um jogo contra o Athletico Paranaense, e a torcida do Palmeiras havia jogado contra o Fortaleza.

Um detalhe chocante a mais: o ataque é um revide a um confronto anterior ocorrido em setembro de 2022, na mesma rodovia, onde o atual presidente da Mancha também foi agredido.

Além disso, em resposta a esses eventos violentos, a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou a proibição da entrada da torcida Mancha Alviverde nos estádios do estado, seguindo a recomendação do Ministério Público. A medida inibe a exibição de quaisquer símbolos ou associados da Mancha, reforçando a necessidade de um ambiente seguro no futebol.

Este cenário alarmante levanta questões sérias sobre a segurança das torcidas organizadas e o fenômeno da violência no esporte. A comunidade esportiva espera ansiosamente por respostas e medidas eficazes para conter essa onda de violência que assola os campos brasileiros.