Nação

Escândalo na Justiça: PF Apreende Quase R$ 3 Milhões na Casa de Desembargador Aposentado

2024-10-25

Autor: Carolina

Em uma operação surpreendente, a Polícia Federal (PF) realizou a apreensão de quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso nesta quinta-feira (24 de outubro de 2024). A ação faz parte da Operação Última Ratio, que apura um esquema presumido de compra de sentenças judiciais.

A operação aconteceu simultaneamente em várias cidades, incluindo Campo Grande (MS), Brasília, São Paulo (SP) e Cuiabá (MT), com 44 mandados de busca e apreensão direcionados a servidores públicos, advogados e empresários suspeitos de envolvimento em práticas ilegais. Além do montante em dinheiro, a PF também apreendeu armamentos, como revólveres, pistolas e espingardas.

Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que se aposentou do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) neste ano após 40 anos de serviço, teve sua casa alvo das investigações. Imagens divulgadas pela PF exibem cédulas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e dólares, levantando suspeitas sobre a origem do dinheiro. O Tribunal de Justiça se manifestou, afirmando que todos os investigados têm direito a defesa e que, até o momento, não há um juízo de culpa definitivo sobre os fatos.

Vale destacar que cinco desembargadores do TJ-MS, incluindo o presidente da corte, Sérgio Fernandes Martins, foram afastados por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após indícios de falsificação e venda de decisões judiciais, além de outros crimes. A lista de magistrados afastados é alarmante, envolvendo nomes que por muito tempo foram considerados pilares da justiça na região.

Além disso, outros envolvidos no escândalo incluem conselheiros do Tribunal de Contas e funcionários do TJ-MS, ampliando o alcance das investigações que já duram três anos. Um advogado de renome também está entre os suspeitos, o que promete agitar ainda mais os ânimos no meio jurídico.

Apesar do impacto das operações, os afastados não podem se comunicar entre si e deverão usar tornozeleiras eletrônicas durante o período de investigação, que se estima durar 180 dias. Este duro golpe revela a fragilidade de um sistema que deveria ser inabalável, levantando questões sobre a corrupção enraizada no âmbito da justiça e a necessidade urgentemente de reformas para restaurar a confiança pública.

O nome da operação, "Última Ratio", que significa "última razão" ou "último recurso" em latim, é bastante simbólico. Isso sugere que as autoridades estão tratando essas ações como medidas extremas, reservadas apenas para os casos em que todas as outras opções foram exauridas. O que mais virá à tona nesta investigação e quais serão as consequências para aqueles que ocupam cargos de confiança no judiciário?