A Polícia Civil do Paraná está no centro de uma investigação alarmante que envolve o desvio de impressionantes R$ 2,5 milhões, fundos estes destinados ao tratamento de câncer de uma menina de apenas 11 anos, chamada Yasmin. A menina precisa urgentemente do medicamento Danyelza, e a Justiça determinou que o estado arcasse com o custo da medicação, mas o que deveria ser um alívio se transformou em um escândalo.

Um dos principais detalhes que emergiram é que a empresa nomeada pela Justiça para importar o medicamento decidiu subcontratar uma terceirizada, o que gerou um caminho para o desvio de recursos. Após a denúncia da família de Yasmin, que relatou a falta de medicamentos — apenas dez das 60 caixas necessárias foram entregues —, as investigações começaram a revelar uma rede de corrupção envolvendo cerca de 64 pessoas.

As transações financeiras foram descobertas após a quebra do sigilo bancário das contas indicadas. A Delegada Thais Zanatta, que lidera o caso, afirmou em uma coletiva: “Após uma intensa investigação, conseguimos identificar cerca de 64 indivíduos que receberam valores que deveriam ter sido destinados à compra dos medicamentos para Yasmin.”

Contudo, a delegada ressaltou que ainda não é possível afirmar que todos os envolvidos tinham consciência do esquema de desvio. "Ainda não conseguimos comprovar o dolo dessas pessoas e se realmente estão cientes de que suas contas foram utilizadas para tal movimentação”, explicou.

Se ficar comprovado que essas pessoas não tinham conhecimento do uso indevido de suas contas, a situação pode ser caracterizada como lavagem de dinheiro, um crime igualmente grave. O caso trouxe grande repercussão na mídia e levantou questões sobre a segurança e a transparência na gestão de recursos públicos destinados à saúde.

Apesar deste quadro preocupante, o Governo do Paraná se manifestou rapidamente e fez um novo pedido de compra do medicamento para que Yasmin possa continuar seu tratamento. A urgência desta ação demonstra a crítica necessidade de assegurar que situações como esta não voltem a acontecer no futuro, especialmente quando se trata da saúde de crianças.

Este caso nos lembra, mais uma vez, da importância de vigilância e empenho para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira adequada e que não se permita que a ganância prejudique aqueles que mais precisam.