Escândalo em BH: Médica e Enfermeiro Indiciados por Homicídio Após Quatro Doses de Quimioterapia em Idoso
2024-12-26
Autor: Lucas
Um grave caso de negligência médica em Belo Horizonte ganha contornos sombrios após a morte de Nilton Carlos Araújo, um idoso de 69 anos, que faleceu em consequência de superdosagem de quimioterapia. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou tanto uma médica quanto um enfermeiro por homicídio com dolo eventual, uma acusação que choca e levanta questionamentos sobre a responsabilidade nas instituições de saúde.
As investigações revelaram que o tratamento contra o câncer de Nilton teve início em março de 2024 em um hospital no bairro Gutierrez. No trágico dia 19 de agosto, o enfermeiro cometeu um erro catastrófico ao administrar uma dose de quimioterapia que ultrapassou em muito o recomendado, administrando um total de 8,78 mg do medicamento, enquanto a dosagem prescrita era de apenas 2,29 mg. O enfermeiro ignorou a correta identificação das seringas, que eram para outros pacientes, comprometendo a segurança do tratamento.
Nilton imediatamente apresentou um quadro de mal-estar e foi atendido em emergência por duas vezes, mas, devido à gravidade das complicações resultantes, precisou ser internado e colocá-lo em ventilação mecânica. Infelizmente, ele não resistiu e faleceu quatro dias após a aplicação da dose fatal.
Em uma reviravolta que agrava ainda mais a situação, foi revelado que, mesmo depois de comunicar o erro à enfermeira-chefe, o enfermeiro não documentou o incidente no prontuário médico. Essa omissão crítica impediu que os médicos responsáveis tomassem medidas apropriadas para corrigir a situação e salvar a vida do paciente.
Além deste erro, a médica encarregada do tratamento foi informada sobre a gravidade do erro, mas não tomou nenhuma iniciativa para reverter o estado do paciente. As investigações indicam que essa inação direta afetou negativamente a saúde de Nilton, levando à sua morte.
A PCMG concluiu que ambos, médico e enfermeiro, não só falharam em fornecer os cuidados adequados como também assumiram o risco de causar a morte ao optarem por não agir. Esse caso chocante levanta questões sérias sobre a fiscalização nas práticas de saúde e a segurança dos pacientes em hospitais. A sociedade aguarda respostas e providências para que casos como esse não se repitam no futuro.