Escândalo do Diploma Falso em Goiás

Os membros da cúpula do PL estão em choque após a revelação do diploma falso do candidato à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues. Surpreendidos, muitos já defendem a retirada de apoio à sua candidatura, especialmente agora que Rodrigues se encontra em uma batalha acirrada no segundo turno contra Sandro Mabel (União), com desvantagem nas pesquisas.

O consentimento da informação errônea por parte do próprio candidato afeta a imagem que os eleitores conservadores esperam dele, especialmente quando se considera a promessa de retidão defendida por Jair Bolsonaro. Segundo dois integrantes da Executiva do PL que conversaram com o GLOBO, é necessário iniciar um processo interno contra Rodrigues por conta da gravidade da situação.

Se confirmada a fraude, o ato violará o Código de Ética da legenda, adicionando mais pressão sobre Bolsonaro, que tinha planos de apoiar Rodrigues em um evento no domingo, dia da votação. Em decorrência do escândalo, o ex-presidente pode reconsiderar sua presença ao lado de Rodrigues, especialmente em um ato programado com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Fred Rodrigues se defende alegando que sua equipe cometeu um erro administrativo no registro das informações e que pretende corrigir a situação junto à Justiça Eleitoral. Contudo, a situação se complica. De acordo com informações do site Metrópoles, Rodrigues assumiu o cargo de diretor de Promoção de Mídias Sociais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2023, o que exigia diploma de graduação. O artigo 10 do estatuto do PL cita que atos de improbidade no exercício de cargo público podem levar à punição por parte da própria legenda.

Essa situação é comparada por aliados a um escândalo anterior que afetou a imagem de Bolsonaro, envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que foi vista em uma perseguição armada. Os assessores de Bolsonaro temem que o envolvimento do ex-presidente com Rodrigues possa repetir essa má impressão junto ao eleitorado.

No âmago da disputa, o adversário de Rodrigues, Sandro Mabel, tem explorado o escândalo. A competição se intensifica com Mabel, que conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado e disputa o voto bolsonarista em Goiânia. Durante um debate na TV Record, Rodrigues foi desafiado por Mabel, que questionou sua formação em Direito. O candidato do PL, em uma tentativa de mostrar credibilidade, registrou seu plano de governo na Justiça Eleitoral como "bacharel em Direito". No entanto, a universidade em que se matriculou desmentiu que Rodrigues tenha recebido um diploma, afirmando que ele não concluiu o curso e não completou as 200 horas de atividades complementares exigidas.

Em um debate mais recente promovido pela rádio CBN de Goiânia, Mabel intensificou suas acusações, chamando Rodrigues de "fraude completa". As pesquisas mais atuais, como a da Quaest, divulgada na última quinta-feira, mostram que Mabel lidera com 46% dos votos, enquanto Rodrigues aparece com 39%.

Essa situação, marcada por um escândalo que pode abalar definitivamente a candidatura de Fred Rodrigues, levanta a questão: até onde os aliados de Bolsonaro irão para preservar a imagem do partido? O futuro político de ambos os candidatos agora depende de como essa crise será gerenciada nas próximas horas!