Saúde

Como Reduzir Pela Metade os Casos de Demência na América Latina? Conheça os Fatores Críticos!

2024-11-05

Autor: Matheus

Como Reduzir Pela Metade os Casos de Demência na América Latina? Conheça os Fatores Críticos!

A demência é uma questão alarmante que afeta um número crescente de pessoas em todo o mundo, especialmente na América Latina. Estima-se que 54% dos casos de demência na nossa região são atribuídos a fatores que podem ser prevenidos. Surpreendentemente, esse índice é significativamente mais alto do que a média global, que gira em torno de 40%. Mas quais são esses fatores, e como podemos agir para mudar esse cenário?

Entre os principais fatores de risco, além da hipertensão, perda auditiva, falta de exercício e obesidade, estão condições como diabetes, tabagismo, depressão, consumo excessivo de álcool, poluição do ar, traumas cranianos, isolamento social e baixa escolaridade. No Brasil, o problema da educação é especialmente crítico, com um tempo médio de escolaridade de apenas cinco anos para pessoas acima de 60 anos. Essa baixa escolaridade está correlacionada à maior prevalência de demência, demonstrando que investir na educação é essencial para proteger a saúde mental.

A geriatra Claudia Suemoto, líder de um estudo na USP, alerta que “quanto mais tempo uma pessoa passa na escola, mais conexões neurais ela cria, formando uma reserva cognitiva que ajudará a combater as perdas de memória e raciocínio na velhice”. Se conseguirmos aumentar o tempo médio de escolaridade — idealmente para oito anos ou mais —, poderíamos reduzir os casos de demência em 7,7% no Brasil, com uma redução ainda maior na Bolívia.

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A hipertensão é muitas vezes vista como uma ameaça ao coração, mas os seus efeitos nocivos se estendem ao cérebro. Claudia enfatiza a importância de campanhas educativas sobre hipertensão, pois “é um dos fatores mais próximos que podemos controlar para combater a demência”. Se a hipertensão fosse erradicada, poderíamos ver uma redução de 7,6% nos casos de demência no Brasil, e até 9,4% na Argentina.

Ouvido Afiado, Mente Afiada!

E você sabia que a perda auditiva está diretamente ligada ao desenvolvimento de demências? No Brasil, se todos tivessem uma audição adequada, poderíamos observar uma redução de 6,8% nos casos de Alzheimer. A audição é crucial para estimular o cérebro e manter sua função cognitiva, então a prevenção da perda auditiva deve começar muito antes da velhice.

A Importância da Prevenção Desde a Infância

Prevenir a demência não é uma tarefa fácil; é um esforço que deve começar desde cedo. Evitar o consumo excessivo de álcool e a exposição a ruídos altos durante a adolescência pode fazer uma diferença significativa a longo prazo. O uso de protetores auriculares em ambientes barulhentos e a atenção à saúde mental devem ser partes fundamentais da rotina de todos.

A Realidade da América Latina

A América Latina enfrenta um envelhecimento acelerado da população, colocando-a em uma posição de vulnerabilidade frente às demências. Atualmente, 8,5% dos latino-americanos acima de 65 anos são afetados, um número alarmante se comparado à média global. Essa realidade exige uma reflexão urgente sobre como podemos agir para mudar esse futuro sombrio.

Estudos sugerem que, se reduzirmos em 15% cada um dos doze fatores de risco associados à demência, poderíamos evitar 784 mil casos no Brasil até 2019. Pensando a longo prazo, essa redução poderia resultar em 2,4 milhões de pessoas a menos com demência até 2050.

A luta contra a demência começa com a conscientização e ações concretas. O futuro da saúde mental está em nossas mãos e depende das escolhas que fazemos hoje.