Tecnologia

Em 10 anos, fintechs e Pix deram acesso a serviços bancários a 60 milhões de brasileiros

2025-01-19

Autor: Pedro

Nos últimos dez anos, a revolução financeira causada pelas fintechs e pela implementação do sistema de pagamentos instantâneos conhecido como Pix proporcionou acesso a serviços bancários a cerca de 60 milhões de brasileiros. Isso representa mais da metade da força de trabalho do país, conforme dados do IBGE, que estima a população economicamente ativa em 110,6 milhões.

Recentemente, o governo tentou aumentar a fiscalização sobre transações acima de R$ 5 mil feitas pelo Pix através de fintechs, o que gerou uma onda de desinformação. Muitos dos novos correntistas expressaram preocupação com a possibilidade de serem taxados e caírem na malha fina da Receita Federal, mas a medida foi rapidamente suspensa.

Um exemplo desse cenário é Ruan Alves da Silva, um jovem de 26 anos, que, após abrir uma conta em um banco digital, experimentou um crescimento significativo em seus negócios como vendedor ambulante. Ruan movimenta entre R$ 3 mil e R$ 4 mil mensalmente, utilizando o Pix e sua experiência se reflete no aumento de vendas e na capacidade de se organizar financeiramente. Ele acredita que o acesso a esses serviços foi fundamental para sua evolução profissional e pessoal.

Atualmente, 80% das novas contas abertas por meio das 1.476 fintechs no Brasil são de pessoas físicas que realizam transações entre R$ 2 mil e R$ 4 mil mensalmente, como pagamentos via Pix e microcréditos. Os microempreendedores individuais (MEIs) também têm se destacando nesse crescimento, representando 20% dos novos bancarizados. Eles utilizam esses serviços principalmente para a realização de pagamentos e recebimentos comerciais.

O Nubank, uma das fintechs mais populares do país, já contabiliza mais de cem milhões de clientes e seu executivo, Eduardo Lopes, afirma que a ferramenta Pix foi um dos principais motores da bancarização. A pandemia e a necessidade de recebimento de benefícios sociais, como o Auxílio Emergencial, também desempenharam um papel crucial nesse processo. Enquanto isso, o Sistema Financeiro Brasileiro continua a se transformar, com o Pix atingindo novos recordes de transações diárias.

Além dos novos clientes, a eficiência do sistema financeiro foi notável. De acordo com dados do Banco Central, 87% das contas abertas são consideradas ativas. Por exemplo, 72 milhões de pessoas realizaram transferências bancárias em 2024, um número que era baixo anteriormente, já que muitos não utilizavam serviços de transferência tradicionais, como TED.

A inclusão financeira promovida pelo Pix tem sido uma verdadeira revolução, com números impressionantes mostrando que 90% dos adultos que recebem Bolsa Família estão utilizando a plataforma. De 2020 até agora, as transações digitais cresceram impressionantes 80%, enquanto a movimentação de dinheiro em espécie caiu 2%.

A pesquisa realizada pela PwC e pela ABCD em 2023 revelou que a base de clientes das fintechs aumentou em 82%. Por exemplo, Silvana Almeida Santos, uma podóloga que se tornou autônoma, optou por uma fintech para facilitar seus pagamentos, recebendo praticamente todos os valores via Pix devido à ausência de tarifas adicionais.

Com a evolução das fintechs, surgiram novas oportunidades de mercado. Algumas startups, como a Magie e a NG.CASH, focam em nichos específicos, oferecendo pagamentos seguros e práticos por meio de plataformas conhecidas, como WhatsApp.

Esses avanços na tecnologia de pagamentos não apenas facilitam o dia a dia, mas também criam um ambiente para inclusão financeira que antes era impensável para muitos brasileiros.