Mundo

Eleições nos EUA: O perturbador plano de Trump para a América Latina

2024-11-04

Autor: Ana

Nesta terça-feira (5), milhões de americanos estão se dirigindo às urnas para decidir entre a continuidade do governo democrata com Kamala Harris ou o retorno do polêmico ex-presidente Donald Trump (Republicano). As últimas pesquisas revelam um cenário de empate em praticamente todos os estados-chave, tornando o resultado da eleição uma incógnita.

Se Trump triunfar, as implicações para as esquerdas latino-americanas podem ser alarmantes, como indica o Projeto 2025. Este documento, elaborado pela Heritage Foundation, um think tank de extrema direita que apóia Trump, apresenta uma estratégia para a governança interna e política externa dos EUA em caso de sua reeleição.

Embora Trump tenha se distanciado publicamente do projeto durante sua campanha, os especialistas alertam que ele pode ser um guia não oficial de suas políticas. O plano abrange ações específicas que podem provocar grandes mudanças na dinâmica política da América Latina.

O primeiro passo do projeto é o fortalecimento de movimentos de extrema direita em toda a região. Para isso, a proposta inclui o uso da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que tem um orçamento anual de cerca de US$ 42 bilhões, para financiar países onde políticas de direita estão em vigor.

O plano afirma que anos de ajuda externa não conseguiram trazer paz e estabilidade ao hemisfério, destacando que a pobreza e a agitação social contribuíram para ascensões de lideranças esquerdistas do México ao Chile. Ele critica os governos de esquerda, alegando que são hostis aos interesses americanos e cultivam relações com nações como a China, o que pode representar uma ameaça à influência dos EUA na região.

Olhar para a política externa de Trump em seu primeiro mandato já oferece pistas sobre como ele poderia atuar na América Latina. Em vez de concentrar recursos em conflitos no Oriente Médio, como fez o governo Biden, Trump adotou uma postura agressiva contra países latino-americanos, financiando movimentos contra a Venezuela e propondo intervenções armadas em resposta à imigração.

Além disso, Trump se manifestou contra a crescente desdolarização promovida pelos BRICS, um grupo que inclui o Brasil e que tem promovido uma cobrança de moedas diferentes em transações comerciais, liderada pela ex-presidente Dilma Rousseff. O Brasil pode se tornar um alvo estratégico no novo plano de Trump, considerando sua intenção de manter a hegemonia dos EUA na América Latina, uma região que historicamente é vista como sua esfera de influência.

Com a eleição se aproximando, muitos se perguntam o que um eventual retorno de Trump significará não apenas para os EUA, mas também para a estabilidade política da América Latina. As incertezas têm gerado um clima de apreensão entre países que já enfrentam desafios internos e externos. O que acontecerá se Trump voltar ao poder? A resposta pode impactar toda uma região.