WEST PALM BEACH, EUA - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acredita que a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos pode mudar a dinâmica política no Brasil, favorecendo seu pai, Jair Bolsonaro (PL). Na visão de Eduardo, a vitória do republicano, que reestabeleceu uma maioria no Senado, pode influenciar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, possibilitando uma reversão da inelegibilidade de Jair.

Eduardo argumenta que, com a nova autoridade de Trump, o STF enfrentaria pressão para reconsiderar suas ações, especialmente em relação a Jair Bolsonaro, que atualmente é inelegível até 2030. "$A Suprema Corte ficará menos confortável para conduzir perseguições políticas," afirma.

Ele está na Flórida acompanhando a contagem de votos em Mar-a-Lago, local de Trump, ao lado de figuras como Elon Musk e líderes do Partido Republicano. O deputado menciona um projeto de lei que visa proibir a entrada nos EUA de quem tenha violado a liberdade de expressão de cidadãos americanos, o que poderia impactar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Eduardo observa que a agenda da esquerda, focada em temas como aquecimento global e questões identitárias, não ressoa com as preocupações cotidianas da população, que lida com criminalidade, saúde e inflação. Ele acredita que o tema da inflação foi crucial na recentemente eleição de Trump.

"O impacto da vitória de Trump no Brasil será significativo, pois ele agora possui uma forte posição no Senado e na Suprema Corte. Isso pode permitir uma reavaliação das ações de certos ministros do STF, especialmente no caso de Moraes," explica Eduardo, destacando a possibilidade de um projeto para anular vistos de autoridades estrangeiras que não respeitem a liberdade de expressão americana.

Em paralelo, ele compara as trajetórias de Trump e Bolsonaro, ambos havendo enfrentado reveses eleitorais, mas com chances de retorno. Eduardo vê uma possível nova mobilização política em torno de seu pai em 2026, se Jair conseguir resistir politicamente, assim como Trump fez.

"Bolsonaro é o plano A, B e C na corrida presidencial de 2026. Não vejo uma alternativa viável dentro do cenário atual," diz ele. Eduardo reforça que, assim como foi possível tirar Lula da cadeia e torná-lo elegível, também há potencial para reverter a situação de seu pai.

Ao defender a anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro, Eduardo afirma que as penas são exageradas, mas reconhece que deve haver responsabilização individual. Ele critica o que vê como uma manipulação política de processos para intimidar conservadores. "O que aconteceu não foi um golpe de Estado, mas sim manifestações que foram desproporcionais em sua condenação", conclui.

Com a nova configuração do cenário político nos EUA e a ascensão do conservadorismo, Eduardo Bolsonaro espera um fortalecimento da retórica conservadora no Brasil, vislumbrando um futuro onde seu pai possa novamente concorrer e exercer influência no país.