O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson, manifestou, nesta sexta-feira (15), que o Congresso não deve divulgar o relatório de investigação que apura alegações de má conduta sexual contra Matt Gaetz, indicado por Donald Trump para assumir o cargo de procurador-geral.

Gaetz, de 42 anos, é uma figura controversa e nega todas as acusações. Ele, que já foi deputado desde 2017, renunciou ao cargo na quarta-feira (13), encerrando uma investigação que durou três anos no Comitê de Ética da Câmara.

Parlamentares de ambos os partidos no Comitê Judiciário do Senado demonstraram interesse em acessar o relatório inédito sobre Gaetz, parte de um processo para avaliar a indicação de Trump para a Procuradoria-Geral e outros cargos importantes da administração. Mike Johnson, republicano e aliado de Trump, afirmou que irá solicitar ao presidente do Comitê de Ética da Câmara, Michael Guest, para não disponibilizar o relatório ao Senado.

"As regras da Câmara sempre foram de que um ex-membro está fora da jurisdição do Comitê de Ética", declarou Johnson, que recentemente retornou de uma reunião com Trump na Flórida. Ele acrescentou que a divulgação do relatório seria um "péssimo precedente" e uma "violação terrível do protocolo".

Além das alegações sobre condutas imorais, Gaetz já enfrentou uma investigação mais complicada no Departamento de Justiça envolvendo acusações de tráfico sexual de uma menor de 17 anos, embora seu escritório tenha confirmado que ele não seria acusado. Essa situação só adiciona um peso maior às controvérsias que rondam sua figura, especialmente em meio à sua ligação estreita com Trump.

A escolha de Gaetz por Trump para a Procuradoria-Geral não é por acaso. O círculo íntimo de Trump acredita que esse cargo é fundamental para a nova administração, podendo facilitar a execução de planos que incluem deportações em massa e uma possível retribuição contra aqueles que processaram Trump nos últimos anos.

Apesar de ser uma figura leal a Trump, Gaetz, que já foi reeleito para um quinto mandato como deputado da Flórida, enfrenta resistência interna. Vários republicanos no Senado expressaram ceticismo quanto a sua indicação, o que pode complicar a aprovação e torna-la um tema controverso na atual atmosfera política dos EUA.

A suspensão do processo de investigação em meio a tais alegações levanta questões sobre a ética e a transparência na política americana. O cenário continua tenso entre os membros do Partido Republicano enquanto observadores do mundo político aguardam os desdobramentos dessa situação explosiva.