É possível contrair HPV em aparelhos de academia? Especialistas esclarecem
2025-01-16
Autor: Julia
Um vídeo que se tornou viral no TikTok, onde uma jovem relata ter contraído HPV ao usar equipamentos de academia, levanta uma questão importante sobre a transmissão do vírus. Victoria Sartorelli, a jovem em questão, notou uma verruga no dedo e, após consulta médica, foi diagnosticada com HPV. Contudo, especialistas estão aqui para assegurar que a possibilidade de contrair o vírus em um ambiente de academia é praticamente inexistente.
Entenda o HPV
O papilomavírus humano (HPV) é um conjunto de vírus que pode infectar a pele e as mucosas do corpo. Existem mais de 200 tipos, e nem todos estão relacionados a infecções sexualmente transmissíveis. Os tipos genitais, que são transmitidos através de relações sexuais, podem resultar em sérios problemas de saúde, incluindo câncer de colo do útero.
A versão do HPV que causa verrugas
Para os subtipos que provocam verrugas, como o mencionado por Victoria, a situação é diferente. Embora esses subtipos também façam parte da família do HPV, eles estão longe de ser os causadores das doenças graves frequentemente associadas ao vírus.
A médica ginecologista Carolina Corsini explica que esse tipo viral de HPV é bastante comum e pode ser encontrado em pessoas de várias idades, até mesmo em crianças. Geralmente, a infecção não apresenta sintomas, exceto pela aparição de verrugas na pele, o que não representa risco à saúde.
"Este HPV que provoca verrugas nos dedos é uma variedade diferente do tipo genital; ele gera apenas verrugas comuns e não está relacionado a riscos maiores", esclarece Corsini.
Não se preocupe com a academia
A médica e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fabiene Castro Vale, complementa que não há motivos para pânico em relação ao HPV contraído em academias, pois esse tipo de HPV não se compara ao HPV sexualmente transmissível, para o qual existe vacina.
A transmissão do vírus ocorre apenas através do contato direto entre pele lesionada e mucosa afetada de uma pessoa infectada, e não por meio de superfícies como bancos de academias ou equipamentos. Vale observa que o vírus é incapaz de sobreviver fora do corpo humano por períodos significativos, tornando essas opções de contágio altamente improváveis.
O ginecologista Marcelo Steiner da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) reitera que não há motivo para temor ao usar locais públicos ou equipamentos compartilhados. 'A transmissão requer contato direto entre pele e pele, portanto, não é algo que você precisa temer em lugares como academias', explica.
Importância da vacinação
O Ministério da Saúde tem reforçado novos protocolos recomendando a vacinação contra o HPV, que é uma das melhores formas de proteção contra os tipos mais perigosos do vírus, principalmente os associados ao câncer. A vacinação é um passo crucial na prevenção de doenças que podem ser debilitantes e graves.
Em suma, não há evidências que sustentem a ideia de contração de HPV em academias. O mais importante é manter-se informado e seguir as orientações médicas e vacinação para se proteger adequadamente.