Após mais uma intervenção cambial do Banco Central, o dólar comercial encerrou o dia com uma leve desvalorização nesta quinta-feira (26). O Banco Central vendeu US$ 3 bilhões no mercado à vista, numa tentativa de fortalecer o real, em meio a crescentes preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública do Brasil.

Durante o dia, a moeda norte-americana apresentou oscilações, atingindo uma mínima de R$ 6,1496 e uma máxima de R$ 6,1979. No entanto, ao final da sessão, registrou uma leve baixa de 0,09%, fechando a R$ 6,1794. Para o futuro, a cotação do dólar para janeiro caiu para R$ 6,189, uma desvalorização de 0,26%.

No início da semana, o dólar tinha fechado a R$ 6,186, com picos de negociação em R$ 6,20 durante o dia. No caso do dólar turismo, a venda foi cotada a R$ 6,435.

O desempenho do dólar na jornada foi diretamente impactado pela venda de dólares realizada pelo Banco Central, que agora totaliza US$ 30,77 bilhões desde que as intervenções começaram, há duas semanas. Essas operações são destinadas a atender à demanda por dólares, especialmente por empresas e fundos que precisam enviar recursos ao exterior, prática comum nesta época do ano devido às remessas de fim de ano.

Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos, comentou: "O leilão de hoje segurou bem o preço. Ao contrário dos últimos leilões, onde o dólar frequentemente voltava a subir, desta vez a moeda conseguiu se mantiver em uma leve desvalorização".

Além das intervenções do BC, os investidores continuam atentos às questões políticas em Brasília, mesmo com o Congresso em recesso até fevereiro. Notícias sobre uma reunião de emergência convocada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, aumentaram a tensão no mercado.

No cenário global, o índice do dólar, que avalia a moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, apresentava uma leve queda de 0,01%, cotado a 108,100. Também foi reportado que, até o dia 20 de dezembro, o Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de US$ 18,427 bilhões, com uma saída líquida de US$ 11,640 bilhões apenas na última semana, o que evidencia a pressão sobre a moeda local.