Em uma segunda-feira marcada pela calmaria nos mercados, o dólar fechou praticamente estável frente ao real, cotado a R$ 5,41. Investidores demonstraram cautela, aguardando importantes eventos que podem influenciar o cenário econômico.

Embora o dólar tenha tido leve recuo no exterior, sua movimentação no Brasil foi mínima. O fechamento da moeda no mercado à vista registrou uma leve alta de 0,07%, ficando a R$ 5,4179, após uma sequência de três dias de baixas. No acumulado do ano, a divisa americana apresenta uma queda de 12,32%.

Expectativas para o Julgamento de Bolsonaro e Impactos no Mercado

A atenção dos investidores está voltada para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, agendado para amanhã. Esse evento, junto com a divulgação do IPCA de agosto, tem potencial para balançar o mercado.

Hoje, o dólar para outubro, que é a moeda mais líquida do Brasil, subiu 0,05%, alcançando R$ 5,4475. As cotações no geral são as seguintes: dólar comercial (compra/venda) em R$ 5,417 e dólar turismo em R$ 5,418 na compra e R$ 5,598 na venda.

Cenário Internacional: Olho no Japão

Investidores globais estão também atentos ao Japão, onde o primeiro-ministro Shigeru Ishiba renunciou, aumentando a incerteza política na terceira maior economia do mundo. A renúncia vem na esteira de um acordo comercial com os EUA para redução de tarifas sobre produtos japoneses, mas os desafios políticos permanecem.

No cenário internacional, o índice do dólar, que mede a performance da moeda americana frente a outras divisas, registrou queda de 0,36%, a 97,521, mesmo com o iene perdendo valor perante o dólar.

Previsões de Mercado e Cenário Adverso

O relatório Focus do Banco Central revelou pouca alteração nas projeções de economistas quanto à cotação do dólar para os próximos anos. A estimativa média para o fim de 2025 ficou em R$ 5,55, enquanto para o fim de 2024, o valor médio foi ajustado para R$ 5,60.

Especialistas do Morgan Stanley alertaram que uma quebra do real abaixo de R$ 5,40 é possível, considerando a fraqueza sustentada do dólar, mas advertiram que o ímpeto deve desacelerar.

Com um cenário de instabilidade jurídica envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e discussões orçamentárias no horizonte, a expectativa é de que a volatilidade aumente nos mercados até o final do ano. O Banco Central, por sua vez, realizará um leilão de contratos de swap cambial, o que poderá influenciar a cotação do dólar nos próximos dias.