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Dólar dispara para R$ 5,76, a maior alta desde março de 2021, com incertezas nos EUA e questões fiscais no Brasil

2024-10-29

Autor: Julia

Na última terça-feira, o cenário econômico brasileiro enfrentou mais um dia desafiador, com o dólar subindo quase 1% em relação ao real, alcançando a marca de R$ 5,7625. Essa elevação foi impulsionada pelo desconforto do mercado em relação às questões fiscais do Brasil e pelo fortalecimento da moeda americana no mercado internacional, exacerbado pela tensão em torno da disputa presidencial nos Estados Unidos.

Os investidores estavam atentos à divulgação de dados importantes, como índices de emprego e inflação, tanto no Brasil quanto nos EUA, o que deixava o clima ainda mais tenso nas primeiras negociações do dia.

Em outubro, a moeda norte-americana acumula uma alta de 5,75%. A B3. O contrato futuro do dólar também apresentou crescimento, subindo 0,91%, cotado a R$ 5,7645. Além disso, o Banco Central do Brasil conseguiu vender todos os 14.000 contratos de swap cambial oferecidos para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024, o que reflete uma tentativa de estabilização do real frente ao dólar.

Os números de compra e venda da moeda norte-americana também chamaram atenção: dólar comercial estava cotado a R$ 5,762 para compra e venda, enquanto o dólar turismo variava entre R$ 5,747 na compra e R$ 5,927 na venda.

Embora tenha registrado oscilações momentâneas, o dólar manteve a tendência de alta, acompanhando a percepção de que o Federal Reserve pode continuar a adotar uma postura cautelosa em relação a cortes de juros. Essa incerteza se mescla com a possibilidade de que Donald Trump, do Partido Republicano, possa sair vitorioso nas eleições contra Kamala Harris, o que ajudaria a aumentar a pressão sobre o mercado.

Trump prometeu implementar medidas que poderiam ser consideradas inflacionárias, como aumento de tarifas sobre produtos chineses e cortes de impostos. Essas promessas alimentarão o nervosismo no mercado, refletindo em um aumento dos rendimentos dos Títulos do Tesouro (Treasuries) e um fortalecimento do dólar.

No cenário interno, a falta de ações concretas do governo Lula para controlar o déficit primário contribuiu para a pressão sobre a moeda brasileira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou que as ações estão em análise, mas não forneceu uma data para a divulgação das medidas, o que gerou ainda mais ansiedade no mercado financeiro.

Após alcançar uma mínima de R$ 5,6977 às 11h22, o dólar à vista posteriormente subiu para uma máxima de R$ 5,7683, especialmente após comentários de Haddad, que não apresentaram medidas concretas ou cronogramas para a restrição de despesas.

Além disso, o índice do dólar, que mensura a força da moeda em relação a uma cesta de seis outras divisas, mostrava uma ligeira alta de 0,02%, cotado a 104,280 às 17h42.

Fique atento, pois o que acontece no horizonte econômico pode impactar diretamente o seu bolso!