A Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, uma entidade criada pelo Papa Francisco, fez um apelo urgente nesta terça-feira (29) para que o processo de destituição de padres acusados de abusos sexuais contra crianças seja racionalizado e acelerado. O relatório, que é o primeiro anual da comissão, destaca a necessidade premente de agir rapidamente em casos de denúncias de abusos.

O Cardeal norte-americano Sean Patrick O'Malley, membro da comissão, enfatizou a importância desse procedimento para restaurar a confiança da sociedade na Igreja e proteger as vítimas. Segundo O'Malley, "devemos garantir que aqueles que cometerem esses atos horríveis sejam removidos de suas funções sem demora".

O documento menciona que o processo de destituição deve ser iniciado sempre que houver justificativa, mas não esclarece se isso deve ocorrer apenas após denúncias formais ou ao longo de processos judiciais, sejam eles canônicos ou civis. Este ponto é crucial, pois muitos casos de abuso ainda são relegados ao silêncio, e a falta de clareza no procedimento pode atrasar as ações necessárias.

Desde a criação da comissão em 2014, o Papa Francisco tem demonstrado preocupação constante com a proteção de menores. Em 2022, sua iniciativa para que a comissão apresentasse relatórios anuais buscava aumentar a transparência e a responsabilidade da Igreja em relação a essas questões sensíveis.

Além disso, dados recentes indicam que cerca de 200 casos de abuso foram reportados em diversas dioceses pelo mundo nos últimos anos, mas muitos deles permanecem sem resolução. É hora de a Igreja Católica mostrar que sua prioridade é a segurança e a dignidade de todos os jovens, e que a justiça deve ser feita rapidamente.

💡 A pergunta que fica é: até quando a Igreja irá permitir que esses casos se arrastem sem ação? A sociedade está cada vez mais atenta e exigente por mudanças.