DNA das Vítimas de Pompéia Revela Ligação Surpreendente com Erupção do Vesúvio
2024-11-11
Autor: Lucas
Novos estudos recentemente publicados mostram que o DNA extraído de vítimas da erupção do Monte Vesúvio, que devastou Pompéia há quase 2.000 anos, tem revelado verdades inesperadas sobre suas relações familiares.
As análises realizadas por uma equipe internacional, liderada pelo professor de genética David Reich, da Harvard Medical School, demonstraram que algumas relações consideradas familiares não eram, de fato, o que pareciam. Por exemplo, uma das vítimas, um adulto que usava uma pulseira de ouro e segurava uma criança, foi considerada por muito tempo como mãe e filho. No entanto, a análise genética revelou que o adulto era um homem não relacionado à criança.
Outro caso intrigante envolveu um casal que foi encontrado abraçado. Era assume-se que eles fossem irmãs ou mãe e filha, mas novos dados indicam que ao menos um dos indivíduos era do sexo masculino. Essas descobertas não apenas desafiam percepções anteriores sobre a vida social e familiar na época, mas também destacam a complexidade das relações humanas em um dos períodos mais importantes da história.
O estudo, publicado na revista Current Biology, analisou o material genético de cinco indivíduos que perderam suas vidas durante a erupção cataclísmica de 79 d.C., evento que resultou na morte de cerca de 2.000 pessoas em uma única noite. Quando o Vesúvio entrou em erupção, uma avalanche de cinzas vulcânicas, pedra-pomes e fluxos piroclásticos sepultou Pompéia, preservando de maneira trágica muitos corpos e suas posturas finais nas camadas de cinzas calcificadas.
As ruínas de Pompéia foram redescobertas apenas no século XVIII. Giuseppe Fiorelli, um arqueólogo italiano, aprimorou a técnica de moldagem com gesso, criando representações vívidas das vítimas a partir dos espaços deixados pelos corpos em decomposição. Estes moldes têm sido fundamentais para a análise das circunstâncias e das identidades das vítimas, com base em detalhes como posturas, vestimentas e localizações.
A equipe de Reich analisou um total de 14 moldes e conseguiu extrair DNA de restos esqueléticos fragmentados para determinar relações genéticas, sexo e ancestralidade. Os resultados indicaram uma significativa diversidade genética entre as vítimas, com a maioria tendo origens entre imigrantes do Mediterrâneo oriental. Essas findings reforçam a percepção de que a sociedade romana na época era multiétnica, refletindo um entrelaçamento cultural e social complexo que persistiu por séculos.
Essas novas descobertas não apenas aprofundam nosso conhecimento sobre a vida cotidiana em Pompéia antes da erupção, mas também abrem portas para uma discussão mais ampla sobre as dinâmicas sociais no coração do Império Romano.