No próximo sábado (14), o governo federal realizará o Dia D de mobilização contra a dengue, uma doença que já contabilizou mais de 6,7 milhões de casos e 5.950 mortes em 2024. O cenário alarmante se agrava com investigações de outros 1.091 óbitos que podem ter ligação com a doença. Comparativamente, o ano passado apresentou apenas 1.179 mortes, um número cinco vezes menor.

A principal estratégia envolve campanhas educativas e mobilizações em todo o território nacional, com o foco em prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. Rivaldo Cunha, secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, destacou a importância de agir agora, uma vez que a temporada de chuvas intensas está se aproximando, o que favorece o aumento dos criadouros do mosquito.

“Este é o momento ideal para que o mosquito também aumente a sua proliferação”, afirmou o especialista, ressaltando a necessidade de ações simples que a população pode adotar, como a remoção de objetos que possam acumular água em casa, evitando assim focos de dengue. “Temos que conscientizar a todos sobre a urgência de prevenir uma possível epidemia que poderia surgir entre janeiro e fevereiro”, completou.

O alerta sobre as mudanças climáticas é um ponto crucial na discussão. Cunha, médico e ex-pesquisador da Fiocruz, enfatizou que as alterações no clima têm impactado a biologia do mosquito transmissor. “Neste ano, não houve uma única semana onde o número de casos foi menor do que em 2023”, explicou.

Um fator que agrava a situação em várias regiões do Brasil é a intermitência no fornecimento de água, levando as famílias a armazenarem água em recipientes improvisados, que se transformam em criadouros. Cunha adverte que até pequenos objetos que acumulam água, como tampinhas de garrafa, representam riscos.

As regiões do Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná estão registrando as maiores incidências da doença em 2024, e a preocupação com o aumento contínuo de casos, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, é crescente. “Ainda que o crescimento não seja alarmante, precisamos da mobilização da população para evitar que uma nova epidemia ocorra”, disse Cunha.

Os dados mostram que os picos de dengue em 2024 foram registrados entre fevereiro e maio, com março apresentando o maior número de diagnósticos, superando 1,7 milhão de casos. A faixa etária mais afetada até agora é de jovens entre 20 e 29 anos.

Agora é a hora de agir! Não deixe a dengue crescer na sua região. Participe do Dia D e ajude a difundir informações com sua comunidade.