'Deus existe no cérebro? Neuropsicólogo revela segredos da fé em estudo revolucionário'
2024-11-03
Autor: Gabriel
Você já parou para pensar se a ciência pode explicar a espiritualidade? O neuropsicólogo e pesquisador Grafman acaba de lançar um projeto inovador que promete desvendar os mistérios sobre como as crenças religiosas se manifestam no cérebro humano. Segundo Grafman, muitos neurocientistas evitam mergulhar neste tópico por receio de que seus estudos sejam considerados não científicos, mas ele defende a necessidade urgente de uma investigação mais profunda.
Recém-firmada uma colaboração com a Ciência Pioneira, instituição do IDOR, Grafman está à frente da criação de um centro virtual de pesquisa em ‘neurociência das crenças’. Este centro contará com a participação de pesquisadores brasileiros e internacionais, incluindo uma parceria com o renomado King's College London e o Shirley Ryan AbilityLab. O foco? Estudar a cognição religiosa e as bases cerebrais das crenças religiosas comparadas às crenças não religiosas.
Em entrevista ao GLOBO, ele declarou com confiança: “Deus existe. Tenho fé de que Deus existe no cérebro”. Mas como chegamos a acreditar em algo tão grandioso? Grafman explica que embora muitos cresçam em ambientes onde a religião é parte intrínseca da vida, outros podem de fato fazer escolhas conscientes sobre seus sistemas de crença, influenciados por experiências emocionais significativas.
O neuropsicólogo revela que, surpreendentemente, até mesmo pessoas que se consideram ateias têm alguma forma de representação da ideia de Deus em seus cérebros. “Uma vez que você é exposto a noções de divindade, isso se registra em sua mente, tornando impossível escapar desse conceito”, afirma.
Para Grafman, o cérebro humano é, de fato, moldado para acreditar. Na antiguidade, tentávamos entender desastres naturais como erupções vulcânicas ou terremotos através de explicações sobrenaturais. Esse impulso humano por explicações continua presente, ajudando a organizar sociedades em crenças comuns que geram um senso de pertencimento e coesão social.
Gerenciar crenças religiosas também pode servir como um mecanismo para lidar com a ansiedade. “Quando você estabelece suas crenças, sente-se seguro. Caso contrário, uma vida sem crenças pode gerar grande desconforto”, completa. Nesse contexto, o estudo das crenças vai além da espiritualidade, abrindo portas para investigar até que ponto a fé pode influenciar comportamentos políticos e sociais.
Em meio a esta nova abordagem científica, Grafman destaca que a ciência ainda não pode explicar tudo. “Há questões envolvendo a vida e a morte que permanecem sem resposta. Mesmo no campo científico, existe espaço para a fé.”
O impacto do trabalho de Grafman não se limita apenas à religião; há uma intersecção clara entre crenças políticas e religiosas, e como essas redes interagem em nosso cérebro é um dos principais focos do novo centro de estudos.
Curiosamente, ele menciona que estudos indicam que a espiritualidade pode ter benefícios físicos, e que o efeito placebo é um exemplo notável do poder que a crença pode ter sobre nossa saúde. “A ideia de que sua oração ou crença pode ajudar na cura é algo que deve ser investigado a fundo”, sugere.
Conforme o centro de estudos se desenvolve, Grafman e sua equipe pretendem explorar o papel da espiritualidade na saúde e bem-estar das pessoas, o que, segundo ele, pode revolucionar a forma como percebemos a interseção entre ciência e espiritualidade. Prepare-se, pois o futuro da pesquisa em neurociência das crenças promete trazer descobertas que podem mudar para sempre a nossa compreensão sobre a fé e o cérebro humano!