
Detecção Precoce do Autismo: Uma Chave para Inclusão e Sucesso Escolar
2025-04-02
Autor: Pedro
Emanoele Freitas, uma neurocientista e biomédica residente em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teve sua vida transformada ao perceber que seu filho, Eros Micael, enfrentava dificuldades de comunicação desde os 2 anos. Inicialmente, ele recebeu um diagnóstico errôneo de surdez profunda. Apenas aos 5 anos, novos exames revelaram que, na verdade, Eros escutava bem, mas lidava com outra condição: o autismo. "Naquela época, a conscientização sobre o autismo era muito limitada”, lembra Emanoele, que hoje orgulha-se do filho de 21 anos.
O autismo de nível 3, que classifica Eros como menos autônomo dentro do espectro, impôs desafios significativos à sua educação, especialmente porque frequentou a escola até os 15 anos. "Ele começou em uma escola particular, mas foi na pública que finalmente encontrei profissionais dispostos a apoiá-lo de verdade”, conta a mãe emocionada.
Os desafios acadêmicos enfrentados por Eros eram intensos. Ele apresentava um comprometimento cognitivo significativo que dificultava sua permanência em salas de aula regulares. "Ele precisou de um mediador escolar, alguém dedicado a ajudá-lo em seu desenvolvimento. Ficar em uma sala regular não era viável para ele, então optamos por uma sala multidisciplinar”, relata Emanoele.
Hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril), criado pela ONU, refletimos sobre a importância da inclusão escolar e da alfabetização para a população autista.
Luciana Brites, diretora-executiva do Instituto NeuroSaber e especialista em psicopedagogia, destaca que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) inclui déficits na interação social e problemas de comunicação. "Crianças com autismo muitas vezes podem apresentar sinais desde os 2 anos. O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso no tratamento”, ressalta.
A psicopedagoga enfatiza que, mesmo diante de obstáculos, é comum que a alfabetização ocorra. "Autistas podem ser integrados ao ensino regular, mas isso exige um comprometimento maior das escolas em capacitar seus professores”, explica. Algumas abordagens recomendadas incluem o uso de estímulos fonológicos e atividades que envolvam rimas, facilitando a familiarização das crianças com a linguagem.
O trabalho integrado entre as áreas de saúde e educação é fundamental, segundo Luciana. "A detecção precoce deve estar alinhada com um sistema educativo que olhe para a primeira infância, visando detectar e tratar atrasos no desenvolvimento social”, afirma.
Isabele Ferreira da Silva Andrade, moradora da Ilha do Governador, é mãe de duas crianças no espectro autista: Pêrola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Ela compartilha suas lutas diárias. "Eu precisei parar de trabalhar como caixa de lotérica para cuidar deles. A demanda é intensa e exigente", comenta. Atualmente, Ângelo está em uma creche que possui outras crianças autistas, enquanto Pêrola frequenta uma escola regular, onde recebe suporte de mediadores especializados. A experiência de Isabele revela a evolução no entendimento do autismo e a importância do suporte adequado na educação.
O Ministério da Educação (MEC) possui diretrizes claras sobre a Inclusão Escolar desde 2008, com a Política Nacional de Educação Especial. Essas diretrizes buscam garantir um ambiente inclusivo para todas as crianças, independente das suas habilidades e condições.
Para que a inclusão seja efetiva, é necessário um esforço conjunto de famílias, educadores e profissionais da saúde. "A capacitação dos professores é o primeiro passo em direção à verdadeira inclusão. Somente juntos, podemos fazer a diferença na vida dos nossos filhos", conclui Luciana Brites.
As histórias como as de Emanoele e Isabele mostram que a detecção precoce e o suporte adequado podem abrir portas para um futuro mais inclusivo e brilhante para crianças autistas, transformando desafios em conquistas. Não deixe de compartilhar essa informação e apoiar a causa! O futuro dessas crianças depende de nós!