247 - Em um alerta alarmante, o Brasil enfrenta uma grave ameaça de sarampo, conforme revelado na 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife no último dia 18. Os dados indicam que impressionantes 86% dos municípios brasileiros estão classificados como áreas de alto ou muito alto risco para a doença. Ao todo, 4.587 cidades foram identificadas com risco elevado, enquanto outras 225 estão em risco extremo. Apenas quatro municípios se destacam com risco considerado baixo para o sarampo.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) não poupou críticas à situação atual. A coordenadora de Imunização, Flávia Cardoso, lembrou que o Brasil conquistou o certificado de país livre do sarampo em 2016, mas em 2019, este status foi perdido devido ao registro de casos da doença por mais de 12 meses. "Em 2022, o Brasil foi declarado endêmico para sarampo, e agora em 2023, estamos em um status de país pendente de reverificação", alertou Flávia, enfatizando a urgência de rever as estratégias de combate ao vírus.

No mês de maio, uma comitiva da Comissão Regional de Monitoramento e Reavaliação de Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita visitou o Brasil e fez recomendações cruciais. Foi destacado a necessidade imediata de melhorar a definição de casos suspeitos e fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica. A comissão também recomendou a implementação de um fluxograma padronizado de resposta rápida para potenciais casos, inspirado em um surto no Rio Grande do Sul, que se originou no Paquistão.

Apesar das melhorias na cobertura vacinal contra sarampo e rubéola, essas não foram aplicadas uniformemente em todas as regiões. Estados como Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Roraima são considerados de alto risco para a manutenção do controle dessas doenças. Flávia enfatizou a importância da vigilância em saúde no nível municipal e sugeriu buscas ativas para identificar casos de sarampo e rubéola, especialmente entre crianças menores de 15 anos.

Uma das propostas da comissão é a parceria com o Ministério do Esporte para garantir que os atletas brasileiros estejam vacinados, evitando a disseminação do vírus durante eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos de Paris. Essa estratégia não só protege os atletas, mas também a população em geral.

Atualmente, o Brasil está há dois anos sem registrar casos autóctones de sarampo, mas a recuperação do status de país livre da doença dependerá do aumento da cobertura vacinal e da rápida detecção de casos suspeitos. A colaboração entre as esferas governamentais estadual e municipal será fundamental para que as recomendações se traduzam em ações eficazes.

Essa situação crítica redefine o cenário da saúde pública no Brasil, acendendo um alerta vermelho para toda a população. A resistência à vacinação em algumas regiões torna o país vulnerável a novos surtos de sarampo, uma realidade que exige ações imediatas e decisivas por parte das autoridades de saúde e da sociedade em geral. É hora de agir e proteger nossas crianças e comunidades! 🛡️💉A alerta está feito!