Resumo do Debate

O 10º debate das eleições municipais, realizado nesta segunda-feira, 30, pela Folha de São Paulo e UOL, trouxe à tona críticas contundentes à administração do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Guilherme Boulos (PSOL) fez uma revelação pessoal que chocou os presentes, enquanto Pablo Marçal (PRTB) inseriu a religião como tema central, buscando apoio entre o eleitorado evangélico. A deputada Tabata Amaral (PSB), por sua vez, criticou os ataques pessoais entre os concorrentes, clamando por propostas mais concretas.

Participação dos Candidatos

Os candidatos mais bem colocados na pesquisa Datafolha foram convidados, o que deixou de fora figuras como José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), que já participaram de debates anteriores. O debate começou de forma mais amena, mas logo escalou para um confronto intenso.

Questões de Saúde e a Vacinação

A repórter Raquel Landim questionou Nunes sobre suas declarações contraditórias sobre o passaporte da vacina, levando o prefeito a afirmar que aprendeu com os erros e que a vacinação em São Paulo avançou positivamente. No entanto, essa justificativa não foi suficiente para minimizar as críticas de Tabata, que acusou o governo Bolsonaro de dificultar a campanha de vacinação.

Conflito Religioso

Marçal continuou a estratégia de vincular suas propostas à religião, desafiando Nunes a demonstrar seu conhecimento bíblico, o que gerou um embate curioso entre os candidatos. Apesar de ser católico, Nunes tentou se aproximar do eleitorado evangélico, citando versículos e tentando desviar as críticas.

Debates Polêmicos

O clima esquentou quando Boulos e Marçal começaram a debater questões polêmicas como a legalização do aborto e o uso de drogas. Boulos, visivelmente irritado, utilizou parte de seu tempo para atacar Nunes, revelando também que sofreu de depressão aos 19 anos, um momento delicado que ele nunca havia compartilhado publicamente.

Acusações e Defesas

Entretanto, Marçal persistiu em suas críticas, acusando Boulos de ter "princípios de depredar patrimônio público" e associando-o a atos de corrupção, algo que Boulos refutou, citando a relação de Marçal com figuras controversas do governo.

Religião e Política

A busca por votos evangélicos permeou o debate, com Marçal tentando usar a religião para conquistar o eleitorado, enquanto Tabata criticava essa instrumentalização, reafirmando seu compromisso com a fé sem usá-la para ganhos políticos. "Desonesto não é cristão", disse ela, em referência às táticas de seus opositores.

Críticas à Gestão Nunes

Partindo para as críticas ao prefeito Nunes, Boulos argumentou que a gestão não teve propostas claras e ressaltou a preocupação com a classe média, enquanto Nunes defendia sua longa trajetória na vida pública. Ao mesmo tempo, Tabata também condenou a falta de ação significativa durante o tempo de Nunes à frente da prefeitura, dizendo que a cidade parecia sem propósito durante boa parte de sua gestão.

Ofensas e Machismo

Durante o debate, as ofensas e as acusações de Marçal a Boulos se intensificaram, chegando ao ponto de afirmar que ele era 'laranja' de Lula, o que não foi sustentado por provas concretas. A estratégia de Marçal de conquistar o voto feminino ficou clara, mas suas tentativas foram ofuscadas por comentários considerados machistas, como quando ele insinuou que uma mulher não vota em outra só porque é mulher, elicando severas críticas.

Conclusão do Debate

Na troca de farpas, Nunes e Boulos foram protagonistas, discutindo questões de corrupção e a trajetória política de ambos, enquanto Tabata tentava resgatar o debate para a segurança e a educação, temas fundamentais para a população paulistana. "Muita falação, muito desrespeito", disse ela, enfatizando que os cidadãos merecem respostas sobre questões que realmente afetam suas vidas.

Este debate se mostrou um campo de batalha fervoroso, onde interesses políticos, ideológicos e pessoais se entrelaçam na luta pela prefeitura de São Paulo. Com a eleição se aproximando, os candidatos devem estar preparados para mais embates acalorados e revelações impactantes.