A Netflix confirmou na última sexta-feira (17) que estava colaborando com David Lynch em uma nova série antes de sua morte. O co-CEO da plataforma, Ted Sarandos, prestou homenagem ao cineasta em seu perfil no Instagram, ressaltando a importância do projeto que nunca viu a luz do dia devido a uma série de contratempos.

"Ele veio à Netflix e apresentou um projeto de uma minissérie que nós abraçamos de imediato. Era uma produção de David Lynch, envolta em mistério e ousadia, e estávamos ansiosos para embarcar nessa jornada com esse gênio", escreveu Sarandos. Infelizmente, a pandemia de Covid-19 e a saúde fragilizada de Lynch comprometeram o andamento das filmagens, mas o executivo destacou que a Netflix estava pronta para apoiar o diretor assim que ele estivesse apto a trabalhar.

Embora Sarandos não tenha mencionado datas específicas, artigos da revista Variety sugerem que o desenvolvimento da série começou em novembro de 2020, com os títulos "Wisteria" e "Unrecorded Night". Fontes relacionadas à produção na época indicavam que a série teria 13 episódios, todos dirigidos por Lynch, com a cinematografia de Peter Deming, que já havia colaborado com ele em obras como Cidade dos Sonhos e A Estrada Perdida.

Recentemente, Lynch revelou que seu diagnóstico de enfisema o impossibilitou de trabalhar em sets de filmagens, gerando especulações sobre o futuro de suas colaborações na telinha.

A filmografia de David Lynch é repleta de sucessos icônicos. Começando com Eraserhead (1977), o diretor rapidamente conquistou o status cult ao longo dos anos. Seu segundo filme, O Homem Elefante (1980), baseado na história real de John Merrick, recebeu oito indicações ao Oscar, solidificando ainda mais sua reputação.

Embora sua versão de Duna (1984) tenha sido um fracasso comercial, Lynch se recuperou com Veludo Azul (1986) e Coração Selvagem (1990), obtendo reconhecimento internacional. Esse reconhecimento levou à criação de Twin Peaks, que revolucionou a televisão na década de 90, misturando investigação policial e drama surrealista.

Além de dirigir, Lynch também explorou sua veia artística como músico, lançando álbuns e projetos sonoros que refletem seu estilo único. É um verdadeiro ícone multifacetado, que deixa um legado impressionante para o cinema e a cultura pop.

Lynch deixa sua marca não apenas no cinema, mas também na televisão e na música, reafirmando sua habilidade em transcender gêneros e formatos. Ele deixa um legado de inovação e criação que continuará a inspirar gerações futuras.