Celeste Caeiro, a aclamada 'Dama dos Cravos', faleceu nesta sexta-feira (15) aos 91 anos, deixando um legado indelével na história de Portugal. Ela se destacou durante a Revolução dos Cravos, um momento crucial que levou ao fim de 48 anos de ditadura em Portugal. Com sua notável coragem, Celeste entregou cravos aos soldados que lutavam pela liberdade em 25 de abril de 1974, um ato que se tornaria um símbolo mundial de paz e resistência.

Recordando aquele dia marcante, Celeste estava no restaurante de Lisboa, onde trabalhava, prestes a celebrar o aniversário de inauguração do local. Os proprietários, que haviam encomendado cravos para a equipe majoritariamente feminina, decidiram cancelar a festividade diante da convulsão política. Celeste, então, foi encarregada de levar os cravos para casa, sem imaginar que seu gesto inocente mudaria o curso da história.

Em suas memórias, Celeste relatou um encontro com um jovem soldado que lhe pediu um cigarro. Sem um cigarro à mão, ela ofereceu um cravo como símbolo de paz. Esse ato espontâneo rapidamente se espalhou, com outros soldados recebendo flores e colocando-as em seus rifles e tanques, o que rendeu cenas icônicas que foram disseminadas em jornais e noticiários ao redor do mundo.

A Revolução dos Cravos não foi simplesmente uma rebelião armada; foi um movimento pacífico que culminou na tão sonhada transição para a democracia em Portugal. O fim da ditadura foi um marco não apenas para os portugueses, mas também para muitos países que lutavam contra regimes opressivos.

Uma das suas últimas aparições ocorreu recentemente, durante as comemorações do cinquentenário da revolução. O dia 25 de abril é um feriado nacional, celebrado com eventos que lembram o valor da liberdade e os sacrifícios feitos por muitas gerações. O jornalista Helio Carvalho homenageou Celeste em uma rede social, dizendo: "O momento mais lindo da nossa democracia não teria sido tão lindo sem Celeste Caeiro. Obrigado por tudo!"

O legado de Celeste Caeiro permanece vivo, inspirando novas gerações a lutarem por seus direitos e pela justiça. Sua história é um lembrete poderoso de que a coragem pode, de fato, mudar o mundo.