Saúde

Crisis na Saúde de Belo Horizonte: Servidores Prometem Paralisação

2025-09-09

Autor: Julia

Unidade em Crise: Profissionais de Saúde em Alerta

Na próxima quinta-feira (11/9), médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da rede municipal de Belo Horizonte armam uma paralisação de 12 horas. Eles alertam para uma "grave crise" que tem resultado em demissões em massa e na falta de insumos essenciais nas unidades de atendimento.

Os profissionais estão indignados com a proposta do prefeito Álvro Damião, que sugere substituir os agentes da Guarda Municipal por líderes comunitários na segurança dos postos de saúde. Um ato de protesto está marcado para acontecer em frente à Prefeitura no mesmo dia.

Mobilização em Defesa da Saúde

"Unir forças para encontrar soluções que não comprometam a saúde e a segurança dos profissionais e da população é essencial", aponta o comunicado convocando a manifestação, que é uma iniciativa do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) juntamente com os sindicatos dos Médicos de Minas Gerais e dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte.

Demissões e Impactos na Assistência

Israel Arimar, coordenador administrativo do Sindibel, revela que nos últimos meses quase 700 servidores foram demitidos, incluindo técnicos de enfermagem e agentes de combate a endemias. Ele destaca que essa redução no número de funcionários agrava a situação, pois aumenta o tempo de espera para atendimento e, somado à falta de segurança, cria um ambiente de trabalho ainda mais perigoso.

Violência nas Unidades de Saúde

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública mostram que houve cerca de 1.518 casos de violência nas unidades de saúde da capital entre janeiro e junho de 2025, uma média alarmante de oito ocorrências diárias.

Um médico municipal, que preferiu permanecer anônimo, expressou sua preocupação: "Trabalhar sem segurança é insustentável. A saúde pública deve priorizar a segurança nas unidades, onde os profissionais estão expostos a riscos constantes."

Falta de Insumos Compromete o Atendimento

Além da insegurança, os trabalhadores da saúde enfrentam escassez de insumos, como jelcos e equipamentos de proteção individual. A enfermeira Aline Lara enfatiza que a falta de EPIs adequados não só ameaça a segurança dos profissionais, mas também compromete a qualidade do atendimento ao público.

Resposta da Prefeitura e Oposição da Categoria

Em resposta, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que respeita o direito à manifestação e mantém diálogo constante com os sindicatos. Alega que a demissão de servidores foi baseada em estudos rigorosos e que as unidades de saúde estão abastecidas, embora admita que faltas pontuais possam ocorrer.

A situação se agrava com o planejamento de redesenhar a presença da Guarda Municipal nas unidades de saúde. Apesar da prefeitura afirmar que estudos estão em andamento para otimizar a segurança, muitos ainda questionam a eficácia dessas medidas.