Uma grave denúncia abalou a confiança na saúde pública em Curitiba. Wesley da Silva Ferreira, um técnico de enfermagem de 25 anos, foi preso sob acusação de cometer crimes sexuais, incluindo a suposta fotografia da parte íntima de uma criança de apenas quatro anos. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) tornou público que o acusado teria acessado o quarto onde a criança estava internada, não sendo seu responsável, mas tendo acesso devido à sua função na unidade de saúde.

As atrocidades ocorreram entre novembro de 2023 e outubro de 2024, envolvendo pelo menos seis vítimas identificadas até o momento, uma das quais já faleceu. Além disso, um ex-parceiro de Wesley foi infectado pelo HIV após relações sexuais sem conhecimento de que ele era portador do vírus, o que levanta preocupações sobre a saúde de outras pessoas que possam ter sido expostas a ele.

O técnico enfrenta sérias acusações, incluindo: estupro de vulnerável, registro e compartilhamento não autorizado de intimidade sexual, produção de conteúdo pornográfico envolvendo crianças, armazenamento de material pornográfico infantil, e lesão corporal grave pela transmissão de uma doença incurável. As promotoras do caso, Tarcila Teixeira e Laryssa Honorato, solicitaram indenizações para as vítimas e reforçaram a urgência de investigar possíveis novas vítimas e analisar o celular do acusado.

"O impacto dessa situação é devastador, afetando não apenas as vítimas diretas, mas toda a sociedade, que se vê lesada pela quebra da confiança nos serviços de saúde", destacou a promotora Tarcila.

O caso foi descoberto quando pessoas próximas ao acusado encontraram gravações dos abusos no aparelho dele, o que levou à abertura das investigações pela polícia. Os abusos foram relatados como ocorrendo em pelo menos duas unidades de saúde onde Wesely prestava serviços. Durante a busca em sua residência, a polícia encontrou medicamentos subtraídos, como morfina, fentanil e quetamina, o que gera ainda mais preocupação sobre sua conduta profissional.

Para aqueles que desejam denunciar violência contra crianças e adolescentes, o Disque 100 está disponível e garante anonimato. Também é possível procurar a delegacia local ou o Conselho Tutelar. Não denunciar situações de risco pode configurar crime de omissão de socorro, conforme a legislação brasileira.

A sociedade precisa estar atenta e unida para combater e denunciar qualquer tipo de violência, especialmente quando se trata de crianças, que são as mais vulneráveis. Esse caso é um chamado à ação para que todos façam sua parte na proteção de nossas crianças.