Copom Alerta: Risco Fiscal Pode Aumentar Taxas de Juros por Mais Tempo!
2024-11-12
Autor: Ana
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil emitiu um forte alerta sobre os riscos fiscais na ata da sua última reunião, divulgada na terça-feira (12). Os membros do comitê destacaram que uma deterioração das expectativas de inflação pode levar a um prolongamento do ciclo de alta de juros.
Os sinais emitidos pelo mercado financeiro indicam crescente preocupação com o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do sistema fiscal brasileiro. O Copom enfatizou a importância da transparência e previsibilidade nas regras fiscais, destacando a necessidade de implementação de medidas estruturais para o orçamento.
"Uma política fiscal sólida, respaldada por regras claras, é crucial para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os riscos dos ativos financeiros", explicou o Comitê. Eles também mencionaram o desafio de estabilizar a dívida pública, que é influenciada por fatores estruturais do orçamento.
O Copom admitiu que uma redução nos gastos públicos, especialmente a nível estrutural, pode beneficiar o crescimento econômico a médio prazo, melhorando as condições financeiras e a alocação de recursos no país. Para manter a sustentabilidade das contas públicas, o colegiado já está incorporando uma desaceleração do ritmo de crescimento dos gastos em suas projeções.
Na última reunião, realizada em 6 de dezembro, o Copom decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, passando de 10,75% para 11,25% ao ano, reafirmando a necessidade de uma postura monetária contracionista para controlar a inflação. A projeção de inflação para 2023 subiu de 4,3% para 4,6%, superando o teto da meta estipulada.
Os desafios externos também não passaram despercebidos. A incerteza sobre a política econômica dos Estados Unidos, especialmente após a vitória de Donald Trump nas eleições, foi ressaltada como um fator que pode agravar o cenário econômico brasileiro.
"Ainda que o Copom mantenha uma expectativa de desaceleração econômica gradativa nos EUA, a incerteza sobre os estímulos fiscais e mudanças na oferta de trabalho refletem um ambiente desafiador para o Brasil", afirmou o comitê.
O foco do Copom está em conduzir a política monetária de forma eficaz, mantendo as expectativas de inflação sob controle com o menor impacto possível sobre a atividade econômica. A necessidade de ancorar essas expectativas foi considerada um elemento vital para garantir a estabilidade econômica.
Adicionalmente, os economistas do mercado, como os do C6 Bank, acreditam que o Copom esteja mais inclinado a um prolongamento do ciclo de alta de juros do que a um aumento mais agressivo no curto prazo. Se o próximo pacote fiscal do governo Lula não suprir as expectativas, há um risco elevado de um aumento maior, de 0,75 ponto percentual.
A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 10 e 11 de dezembro, e a expectativa é que as novas diretrizes tomem forma conforme o ambiente econômico volta a entrar em foco.