Recentemente, uma imagem impactante viralizou nas redes sociais: Joselma, participante do BBB 25, ao lado da atriz Alessandra Negrini, ambas com 54 anos. A comparação entre as duas gerou polêmica, especialmente no que tange ao rótulo de 'idosa' atribuído a Joselma, despertando críticas de fãs que notaram a disparidade nas aparências.

Nos comentários, muitos ressaltaram a jovialidade de Negrini e expressaram julgamentos sobre Joselma, incluindo críticas de figuras como o influencer Carlinhos Maia, que se referiu a mulheres como 'vêias' na edição do programa. Mas o que essa comparação realmente revela sobre o envelhecimento feminino no Brasil?

Joselma compartilhou detalhes de sua infância marcada pela pobreza e da luta para sustentar a família vendendo marmitas. Essa trajetória evidencia que ela não teve acesso a um estilo de vida saudável, cuidados dermatológicos ou atividades físicas regulares, ao contrário de Negrini, que discretamente acessa tratamentos de beleza de alta qualidade.

Um estudo da Rede Nossa São Paulo corrobora essa desigualdade: a expectativa de vida em áreas nobres de São Paulo é de cerca de 80 anos, enquanto em regiões periféricas, em torno de 58 anos. Isso significa que, para muitas mulheres menos favorecidas, os 50 anos já são vistos como uma fase da 'velhice', ao passo que para outras representa o início de uma maturidade plena.

Além da desigualdade social, os dados do IBGE mostram que a expectativa de vida de mulheres brancas é, em média, 8 anos maior do que a de mulheres negras. Essa diferença sobressai, pois as mulheres negras frequentemente enfrentam múltiplas desvantagens que comprometem o acesso a serviços de saúde, alimentação adequada e outras condições essenciais para um envelhecimento saudável.

Outro aspecto crucial é o manejo da menopausa. Atualmente, o Brasil carece de políticas públicas que garantam acesso universal a tratamentos para mulheres nessa fase da vida. Assim, a discussão não se resume a saber se Joselma é idosa ou não; é mais uma reflexão sobre por que tantas mulheres enfrentam condições adversas ao envelhecer.

Portanto, como sociedade, é nosso dever garantir que todas as mulheres, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham o direito a um envelhecimento digno e com qualidade de vida. A comparação entre Joselma e Negrini nos leva a questionar: como podemos transformar essa realidade desigual e oferecer a todas as mulheres as oportunidades que merecem?