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Como Trump vai lidar com as guerras que envolvem os EUA

2024-11-08

Autor: Carolina

Benjamin Netanyahu e Donald Trump se encontraram antes da assinatura dos Acordos de Abraão, em Washington, em uma data importante. A escolha de Donald Trump como potencial presidente dos EUA tem implicações significativas, não apenas para os americanos, mas também para a Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia. A Ucrânia depende fortemente do apoio militar dos EUA para combater a agressão russa que tenta anexar partes de seu território.

Além da crise na Ucrânia, os EUA também desempenham um papel crucial no conflito entre Israel, Hamas e Hezbollah, oferecendo armamentos e suporte ao governo de Benjamin Netanyahu. O atual presidente Joe Biden tem apoiado abertamente a Ucrânia contra a invasão russa, ao mesmo tempo em que justifica o apoio a Israel com o argumento de que o país tem o direito de se defender de ataques terroristas.

Analistas estão divididos sobre como Trump reagirá em cada uma dessas situações. Em seus discursos, Trump sugere que poderia negociar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia rapidamente, embora sua declaração não tenha detalhes concretos. O vice de Trump, J.D. Vance, indicou que isso pode incluir concessões territoriais que seriam consideradas uma derrota para a Ucrânia e uma vitória para Putin. Além disso, a possibilidade de vetar a adesão da Ucrânia à OTAN é uma exigência do Kremlin e pode fazer parte de qualquer negociação.

Durante sua presidência, Trump destacou seu relacionamento amigável com Putin, o que o torna uma figura complicada para a Ucrânia, especialmente em um ambiente onde os eleitores americanos estão preocupados com o uso de seus impostos em guerras que não afetam diretamente os EUA. O Congresso dos EUA já aprovou pacotes de ajuda significativos para a Ucrânia, com a última doação sendo de US$ 425 milhões em outubro, um reflexo do empenho do governo Biden em apoiar Kiev.

As reações em Moscou após uma possível vitória de Trump nas eleições estão sendo monitoradas com cautela. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que o país não deve ser considerado amigável e que a situação está sendo observada de perto.

No que diz respeito a Israel, espera-se que o apoio dos EUA à campanha contra o Hamas e Hezbollah persista. Logo após sua vitória nas eleições, Trump indicou que nomearia um ex-enviado ao Irã, Brian Hook, para coordenar transições diplomáticas, reforçando sua aliança com o governo israelense. Trump também buscou garantir o apoio da comunidade árabe-americana, apresentando-se como um candidato que poderia trazer paz à região, em contraste com a posição de Biden.

Além de seu histórico de ter agido como um forte aliado de Israel, Trump já havia reconhecido Jerusalém como a capital israelense, uma decisão que aumentou as tensões regionais. Recentemente, Netanyahu demitiu seu ministro da Defesa, uma ação que pode ser interpretada como um sinal de apoio ao futuro de Trump no cargo, refletindo a dependência contínua da política externa americana na estabilidade do Oriente Médio.